quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Como rezo eu???

O fariseu não reza a Deus, gaba-se daquilo que é, compara-se como sendo o melhor de todos. Ele crê não ter necessidade de ser salvo, ajudado, perdoado; não tem necessidade de Deus. Repartirá com o seu orgulho, privado do amor misericordioso de Deus. Quanto ao publicano, volta-se para Deus, suplica-Lhe para ter piedade, reconhece a sua miséria, mas conta com a misericórdia de Deus. Evidentemente, Deus ouve a oração deste último e atende-o; ele reparte de modo diferente, pois Deus faz dele um justo. Não esqueçamos que Jesus conta esta história em relação a certos homens que estavam convencidos de serem justos e desprezavam todos os outros. Com efeito, eis o sentido da história: Jesus não põe em causa a justiça destes homens, como não põe em causa a rectidão e a generosidade do fariseu que ultrapassa as exigências da Lei; o que Jesus critica ao fariseu da parábola e, sobretudo, aos seus ouvintes é que eles desprezavam e todos os outros. Ora, não se pode entrar em relação com Deus quando se manifesta desprezo em relação aos irmãos: “Aquele que diz que ama a Deus e não ama o seu irmão é um mentiroso”.
Pensemos como é a nossa oração: como a do fariseu, que se julga melhor que todos os outros e não precisa de Deus? Ou como a do publicano que reconhece a sua fraqueza e sente necessidade de Deus; esta é a verdadeira pergunta: quando eu rezo sinto necessidade de deus?

Alguém contava que um jovem queria aprender a rezar... e partiu para as montanhas, em busca do velho mestre de oração. Tudo o que queria era encontrar o mestre... tudo o que queria era aprender a rezar...
Andou por muitos caminhos, caminhou dias e noites... e nele crescia a ânsia de aprender a rezar. Ao fim de longo tempo, ficou extasiado ao encontrar o velho mestre e foi logo dizendo:
- ‘Mestre, ensina-me a rezar! ‘.
O velho mestre, olhou-o longamente. Depois, chamou-o até junto do rio caudaloso e mandou-o entrar na água. Ordenou depois que mergulhasse na água... e segurou a cabeça do jovem debaixo da água... até ele não aguentar mais. Quando o soltou, já meio sufocado, perguntou-lhe:
- ‘Quando estavas a sufocar debaixo da água, de que sentias mais necessidade? ‘
- ‘De ar! ‘ - respondeu o jovem.
-‘Pois bem - continuou o mestre, enquanto não sentires necessidade de Deus como sentiste do ar... não poderei ensinar-te a rezar!’

Se calhar também nós deveríamos fazer a experiência do jovem.
Quando eu rezo sinto realmente necessidade de Deus?
Era bom pensarmos nisto…

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei e vou partilhar com todos os companheiros da simples peregrinação que é Vida!