segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Atento a Deus e aos outros...

A atitude meditativa de Maria, que interioriza e aprofunda os acontecimentos, complementa a atitude “missionária” dos pastores, que proclamam a acção salvadora de Deus, manifestada no nascimento de Jesus e que vão ao encontro. Estas duas atitudes devem as atitudes do crente de todos os tempos: Observar, conservar e meditar e a preocupação de ir ao encontro do outro…
Ao iniciarmos um novo ano é importante que nos perguntemos se queremos ter estas atitudes…Porque ás vezes deixamos que a vida passe a correr e nós andamos distraídos, e não nos damos conta de Deus nem dos outros…
Alguém contava…
Faz lembrar aquele jovem, bem sucedido que conduzia o seu Jaguar a toda a velocidade naquele bairro. Viu algumas crianças junto aos carros estacionados e abrandou um pouco, mas ainda a acelerar. De repente uma pedra espatifou-lhe a porta lateral do Jaguar! Travou a fundo e recuou até ao sítio de onde surgiu a pedra Saiu do carro e agarrou bruscamente uma criança empurrando-a contra um
veículo estacionado e gritou:
- Porque fizeste isto seu pirralho? Este é um carro novo e caro, aquela pedra vai ficar muito cara. Porque fizeste isto?
- Por favor, senhor, desculpe, eu não sabia mais o que fazer! - implorou o pequeno menino. - Ninguém estava disposto a parar para me ajudar.
O garoto começou a chorar, enquanto apontava na direcção dos carros estacionados.
- É o meu irmão. Ele vinha a descer e caiu da cadeira de rodas, e eu não consigo levantá-lo. Ainda a chorar, o menino perguntou ao jovem:
- O senhor pode-me ajudar a colocá-lo na sua cadeira de rodas? Ele está magoado e é muito pesado para mim.
Apesar de chateado o dono do Jaguar, dirigiu-se ao jovenzito, colocou-o na sua cadeira de rodas. Tirou o seu lenço, limpou as feridas e arranhões, e verificou se tudo estava bem.
- Obrigado, e que Deus possa abençoá-lo! – disse a criança.
O homem então viu o menino a empurrar o irmão na cadeira de rodas em direcção a casa.
Ainda hoje o Jaguar tem a marca da pedra na porta. Ele deixou-a ficar para se lembrar de não andar tão depressa pela vida, e que alguém tivesse de lhe atirar uma pedra para ter a sua atenção...
Deus vai-nos falando…Façamos votos que neste novo ano não andemos tão depressa e distraídos que seja preciso alguém atirar-nos uma pedra para nos chamar à atenção…
“Vive esta vida com atenção…não estejas á espera da pedra…”
Que este ano possamos estar mais atentos a Deus e aos outros…

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sagrada Familia...



A Sagrada Família é, ainda, uma família que obedece a Deus… Diante das indicações de Deus, não discute nem argumenta; mas cumpre à risca os desígnios de Deus… E é precisamente o cumprimento obediente dos projectos de Deus que assegura a esta família um futuro de vida, de tranquilidade e de paz. A nossa família aceita com serenidade os esquemas e a lógica de Deus e percorre, com confiança, os caminhos de Deus?
O exemplo deixado para hoje é o da Sagrada Família…

ALGUÉM CONTAVA….
Um casal como tantos outros, estava a passar por dias difíceis…
Ela estava muito cansada. Todos os dias era a mesma coisa: filhos, roupas para lavar, compras no supermercado, prazos para cumprir, amigos a pedir conselhos, o telefone que não parava de tocar. Ela sentia-se abatida e exausta....
Ele andava irritado. O dia tinha sido difícil... Depois de uma hora preso no trânsito, ele encontrou os filhos a pedirem-lhe atenção, uma lista de pacientes para quem precisava de telefonar e um monte de contas para pagar…
Nas primeiras horas da noite, ambos se esforçaram para não gritar, tentando controlar os nervos...
De repente, alguma coisa insignificante acelerou o processo de descontrole. Ambos começaram a levantar o tom da voz. Sem querer, estavam a trocar palavras ofensivas. Assuntos que nem eram importantes e que foram trazidos à baila. Mágoas passadas foram revividas. Mágoas guardadas e nunca perdoadas. Uma simples conversa transformou-se numa discussão quente. Quando estavam aos gritos, a porta do quarto abriu-se. Lentamente. Silenciosamente. Uma mãozita esgueirou-se pela fresta e colocou alguma coisa na porta.
Imediatamente, a mãozita desapareceu e a porta fechou-se.
Curiosa, ela levantou-se para investigar. Preso na porta com fita adesiva estava um pequeno coração de papel pintado de vermelho, que dizia: “Eu amo a mamã e o papá”.
O Tó, o filho mais novo de oito anos, ouviu a discussão e estava fazer a sua parte pela paz da família.
Dizem que ela começou a chorar e ele corou…. Marido e mulher olharam-se, e arrependidos por terem deixado que as suas emoções prejudicassem seu lar. De repente, já nem se lembravam do que estavam a discutir, quando o pequeno Tó colocou um coração de papel na porta do quarto…Mas eles resolveram deixá-lo colado ali para se lembrarem nos dias futuros.


Hoje somos convidados a reflectir e pensar na família…
A Família, deve-se caracterizar como a primeira e mais determinante escola da tolerância, do diálogo, da compreensão e, por conseguinte, do Amor…
O Amor, não como mero símbolo poético, mas como seiva em movimento, vivo e só tem sentido quando vivido numa dinâmica de renovação, que se adapta sem deixar de ser o que é: alimento que se dá e se recebe. O Amor é construído no quotidiano das “coisas” simples e, quantas vezes não visíveis, tal como a simplicidade da seiva bruta que pouco ou mais transporta do que água e sais minerais. Numa árvore não vemos a seiva, sem a qual ela não vive, tal como nas Famílias, o Amor tem de existir mesmo sem dar nas vistas, sem a exuberância de gestos e atitudes. O Amor, na Família, é como silencio que fala ou voz ou gosto discretamente presentes.
Será que por palavras…gestos…ou atitudes…hoje nós temos a coragem de dizer: “ Pai…mãe…amo-vos”?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal...


Eu morava numa cidade grande. A poucos dias do Natal, as lojas já começavam a ficar cheias e multidões esperavam impacientemente pelos autocarros e eléctricos no fim da tarde.
Quase todas as pessoas carregavam muito sacos e o cansaço era tanto, que eu comecei a perguntar-me se os amigos e parentes mereciam mesmo aqueles presentes e tanto sacrifício. Esse não era bem o espírito de Natal que eu desejava.
Finalmente fui empurrada para dentro de um eléctrico superlotado e a idéia de ficar ali como sardinha em lata até chegar em casa foi era insuportável. O que eu não daria por um lugar sentada!
À medida que algumas pessoas foram descendo, consegui respirar melhor e comecei a notar os outros passageiros. Com o canto do olho, vi um menino pequeno, de pele escura - não poderia ter mais de seis anos - puxando a manga de uma mulher e perguntando: "Quer sentar-se?" Ele levou-a até ao lugar vago mais próximo e partiu em busca de outra pessoa cansada. Assim que um cobiçado lugar surgia, ele rapidamente se enfiava no meio daquela multidão para procurar mais uma mulher carregada de pacotes e levava-a até o assento.
Finalmente, quando senti um puxão na minha própria manga, já estava completamente fascinada pelo menino. Ele pegou-me pela mão e com um sorriso do qual jamais vou me esquecer disse: "Venha comigo." Mal tive tempo de agradecer, pois ele já partia em busca de mais uma necessitada.
Os passageiros do eléctrico, que em geral viajavam a olhar para a frente e a evitar os olhares dos vizinhos, começaram a trocar sorrisos. Uma mulher comentou comigo o cansaço que sentia, e três pessoas se abaixaram ao mesmo tempo para apanhar um pacote que caíra no chão. Em pouco tempo, as pessoas conversavam. Aquele menino havia realmente mudado alguma coisa - todos nós sentíamo-nos envolvidos num subtil sentimento de aconchego e o resto do percurso foi puro prazer.
Não dei conta de o menino descer. Quando reparei, ele já lá não estava. Quando cheguei ao meu destino, saí do eléctrico e desejei sinceramente ao condutor "Feliz Natal".
Pela primeira vez percebi como as casas da minha rua estavam lindamente iluminadas e pensei em reunir os vizinhos para um chá antes do fim do ano. Eu sentia-me de bem com o mundo, feliz com os presentes que comprara e com a alegria que eles dariam.
E de repente, o Natal deixou de ser uma festa de consumo para adquirir seu verdadeiro sentido. Mais uma vez era um menino que, com seu gesto de amor, anunciava nossa verdadeira vocação.

Afinal Natal é isso mesmo…a coragem através de gestos, ás vezes tão singelos e pequenos, conseguirmos concretizar o grande mandato: “ Amai-vos uns aos outros”…
Já agora era bom que cada um de nós fizesse um compromisso interior…: “ Neste Natal vou pensar em algum gesto que possa ser para os outros um pedaço de amor”…e quando sou capaz de transmitir amor é sinal que Ele já nasceu em mim…
Sejamos autênticos deixando que Jesus nasça em nós e queiramos VÊ-LO presente nos outros…
Feliz Natal…

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

os sinais de Deus...


Sinais! Deus está sempre a dar-nos sinais, mas nós procuramos sempre do lado do extraordinário. Raramente Deus está no extraordinário. O sinal que Ele nos oferece é o de uma família humana, como as nossas, em que Ele se faz corpo para ser «Deus connosco». Que espaço Lhe abrimos nas nossas vidas de homens e de mulheres para que o Sinal da sua Presença e do seu Amor seja visível para todos os que O procuram hoje? Só com o coração aberto a Deus poderemos acolher os irmãos… Só deixando que Deus seja Natal nas nossas vidas poderemos ser Natal para os outros… Nem mais! Mãos à obra em mais uma semana que Deus nos concede, a semana do Natal! Estejamos atentos aos sinais…

Conta-se que um velho árabe, analfabeto, orava com tanto fervor e carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe da grande caravana, chamou-o à sua presença e lhe perguntou: “Por que rezas com tanta fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao menos sabes ler?”. O crente respondeu: “Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele”. “Como assim?”, indagou o chefe, admirado. O servo humilde explicou-se: “Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?” . “Pela letra”. “Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?” . “Pela marca do ourives”. O empregado sorriu e acrescentou: “Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?”. “Pelos rastros”, respondeu o chefe, surpreendido. Então, o velho crente convidou-o para fora da tenda e mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava cercada por multidões de estrelas exclamou, respeitoso: “Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens…muito menos de algum cavalo ou algum boi…logo são de Deus!”. Nesse momento, o rico chefe, ajoelhou-se na areia e começou a rezar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais em todos os lugares: na manhã que nasce calma; no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva... Ele deixa sinais, quando alguém se lembra de ti; quando alguém te considera importante ou te visita numa hora de sofrimento.

Neste Natal queiramos estar mais atentos aos sinais que Deus nos dá…

sábado, 15 de dezembro de 2007

Tempo de alegria, esperança...de estender a mão...


O tempo de Advento é sem dúvida nenhuma o tempo da esperança…mas não podemos estar somente à espera …esta espera exige de nós uma preparação …a Deus não enganamos…Ele vem salvar-nos, mas precisamos de querer ser salvos…por isso este é o tempo de estendermos a mão ao outro…sem estarmos á espera que seja o outro a dar o primeiro passo…

Alguém contava que um homem estava atolado num pântano. Tinha apenas a sua cabeça fora do lamaçal. Gritava com todas as forças por ajuda. Logo acorreu uma multidão de pessoas aquele lugar. Uma delas resolveu tentar ajudar o pobre homem.
"Dê-me sua mão", gritou para ele, "eu vou tirá-lo do lamaçal."
Mas o homem que estava atolado na lama continuou gritando por ajuda e não fez nada que permitisse ao moço ajuda-lo.
"Dê-me sua mão", pediu o moço várias vezes.
Mas a resposta era sempre o mesmo grito de desespero por ajuda.
Então outra pessoa aproximou-se e disse:
"O Senhor não vê que ele nunca lhe vai dar a mão? O senhor é que tem de dar lhe dar a mão a ele. Então poderá salvá-lo."

Preparamo-nos na alegria ansiosa de Deus que vem salvar-nos…e essa salvação chega até nós também pelos outros…
Em conclusão este tempo é tempo de esperança…é tempo de alegria…é tempo de estendermos a mão ao outro…é tempo de salvação…

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A alegria de converter...para estar preparado...

O desafio que hoje nos é lançado devemos, vê-lo de três formas:
1) Somos convidados a olhar a nossa vida e questionar, quais são as nossas prioridades;
2) Somos convidados à conversão, mudança…
3) Mudança que nos leva a viver com optimismo, porque a comunidade cristã deve ser o rosto visível de Cristo no mundo, tem de ser o lugar do amor, da partilha fraterna, da harmonia, do acolhimento…
Quais as minhas prioridades que devo converter para viver, na harmonia e na alegria, de Deus que vem até nós. Será que neste tempo de Advento sou capaz de viver nesta perspectiva optimista…afinal Deus vai aproximar-se de nós…

Alguém contava que um casal tinha dois filhos gémeos. Um deles era muito optimista. Para ele, tudo corria sempre às mil mara¬vilhas. O outro era muito pessimista. Não via nada de positivo. Os pais, preocupados, consultaram um psicólogo, que lhes disse:
— No dia de anos, quando chegar o momento de abrir as prendas, ponham-nos em quartos separados. Dêem ao pessimista os melhores presentes possíveis e ao optimista apenas uma caixa de estrume. E obser¬vem as suas reacções.
Os pais seguiram as instruções. Quando espreitaram o pessimista, ouviram-no dizer:
— Não gosto da cor deste computador. Aposto que esta calculadora irá avariar-se. Não gosto deste jogo. Conheço um colega que tem umas sapatilhas melhores que estas.
Ao espreitarem o optimista, viram-no a saltar alegremente, soltando gargalhadas e dizendo:
— Onde há tanto estrume tem de haver um cavalo!
Perante um copo meio de água ou vinho, o pessimista lamenta-se porque não está cheio. Mas o optimista alegra-se porque não está vazio.
Só preciso de me esvaziar para poder encher-me de Cristo que vem…sejamos optimistas vivendo esta ânsia alegre de Deus que se aproxima de nós…

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Imaculada Conceição

Somos convidados a vivermos como Maria. No seu ser, na sua vida e na sua missão encontramos ajuda imprescindível para vivermos juntos o projecto de Deus em nós, com os outros e com Deus.

O projecto de Deus e a sua realização


Alguém contava que dois amigos discutiam sobre os privilégios da Virgem Maria. Um deles disse:
- Isso de chamarmos a Maria Imaculada Conceição não tem sentido. Maria não é um anjo, é uma mulher.
- Ok ", diz seu o outro – : E, concerteza, não acreditas que nascemos com o pecado original.
- Claro. Como posso nascer com pecado sem ter culpa da minha parte?
- Ahh?. Engraçado, não acreditas na Imaculada Conceição da Virgem Maria, mas acreditas na tua concepção imaculada, ou seja, tu nasceste sem pecado Maria não…

Isto faz-nos pensar… Maria Imaculada não é apenas um ser imune do pecado original.
Deus tem um plano para todos. E as coisas são o que são, porque coincidem ou não com o projecto de Deus sobre nós.
Nós, homens - seres livres precisamos de conjugar duas coisas : o que Deus queria e planeou para nós e aquilo que fazemos todos os dias. Duas coisas que quando não se completam nos afastam de Deus.
Mesmo os mais santos tiveram ligeiro desvio. Mas arrependeram-se e aceitaram os projectos de Deus.
A única pessoa que conjugou estas duas coisas foi Maria. Maria é a única que nunca se desviou de Deus. Maria é o que Deus quis que fosse.
E nós, será que ás vezes, somos aquilo que Deus quereria que fossemos???…

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Vou estar á espera...atento...


Neste tempo de preparação para a celebração do nascimento de Jesus, sou convidado a recentrar a minha vida no essencial, a redescobrir aquilo que é importante, a estar atento às oportunidades que o Senhor, dia a dia, me oferece, a acordar para os compromissos que assumi para com Deus e para com os irmãos, a empenhar-me na construção do “Reino”… É essa a melhor forma – ou melhor, a única forma – de preparar a vinda do Senhor…


Alguém contava que, num bairro pobre de uma cidade, morava uma menina muito bonita. Ela andava na escola. A mãe não tinha muito cuidado e a menina quase sempre andava suja. As roupas eram velhas e meio rotas.
O professor sensibilizado dizia: - "Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola assim?"
Com algum dinheiro do seu salário comprou-lhe um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul.
Quando a mãe viu a filha naquele lindo vestido azul, sentiu que a sua filha, vestindo com vestido novo, não deveria ir para a escola suja. Por isso, passou a dar-lhe banho todos os dias, a pentear-lhe os cabelos, a cortar as unhas.
Passado uma semana, o pai disse: "Mulher, não achas que é uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e tão asseada, viva numa casa como esta a cair aos bocados? Tu vais limpar a casa por dentro e eu nas horas vagas, eu vou pintar as paredes, por dentro e por fora, arranjar a cerca e plantar um jardim."
Passado algum tempo, aquela casa destacava-se naquele bairro, pelas lindas flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os pormenores.
Os vizinhos ficaram envergonhados por viverem em barracas feias e resolveram também dar uma volta nas casas, plantar flores...
Em pouco tempo, o bairro estava todo transformado. Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam uma ajuda das autoridades. Foi ao presidente da Junta expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários no bairro.
A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra. Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania.
E tudo começou com um vestido azul.
Não era intenção daquele professor arranjar a rua toda, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, deu a sua parte. Deu o primeiro passo que acabou por fazer com que as outras pessoas se motivassem a lutar por melhorias.
Neste tempo que estamos a iniciar somos convidados a preparar a nossa “casa” para melhor recebermos Jesus…é importante que eu me pergunte o que tenho de fazer para estar melhor preparado???
Afinal tudo pode começar num gesto bem pequeno… um lindo vestido azul…uma simples oportunidade em que posso ajudar alguém…o importante é que eu esteja atento à minha volta…o importante é que eu diga a mim próprio: “ Vou estar atento e vou fazer a minha parte”…
Faz a tua parte…

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Este Rei...



Diante deste Rei, somos convidados a repensar nas nossas glórias e superioridades…naquilo que fazemos ao rebaixar o outro…quando nos julgamos superiores devíamos ter a coragem de contemplar este Rei…

Faz lembrar aquilo que alguém contava:
Quando eu era menino, ganhei uma medalha na escola porque sabia ler melhor que os outros. Senti-me feliz e orgulhoso. Quando as aulas terminaram cheguei a casa e entrei na cozinha como um furacão.
A empregada velha, que estava connosco há muitos anos, estava de volta do fogão. Fui direito a ela e disse-lhe:
- Aposto que sei ler melhor do que tu.
E mostrei-lhe o meu livro. Ela interrompeu o trabalho e pegou no livro.
Foi passando as páginas, e a gaguejar disse: - Bem, meu filho...eu...eu não sei ler.
Fiquei calado. Sabia que papa estava no escritório àquela hora e corri para lá. Ele ergueu a cabeça quando eu entrei, a suar, com o rosto corado e disse-lhe: - Papa, a Maria não sabe ler. E é uma velha. Eu, que ainda sou pequeno, ganhei até uma medalha. Olha vê! E mostrei a medalha que eu tinha ao peito e disse:
- Deve ser horrível não saber ler, não é, pai?
Com t tranquilidade, meu pai levantou-se, foi até á estante e trouxe um livro.
- Filho, lê aqui para eu ver. Foi muito bom teres ganho a medalha. Lê para eu ouvir.
Abri o livro e olhei para o meu pai cheio de surpresa. As páginas continham o que pareciam ser centenas de pequenos rabiscos.
- Não posso, papa. Eu não entendo nada disto que está aqui.
- É um livro escrito em chinês, meu filho...
Meu pai não disse nada, mas eu pensei naquilo que fiz á velha Maria.
Até hoje, sempre que sinto vontade de gabar-me por qualquer coisa que tenha feito, lembro-me do quanto ainda me falta aprender e digo de mim para comigo:
- Não te esqueças que não sabes ler chinês!

Hoje somos convidados a pensar no nosso dia-a-dia, e sempre que nos julgamos os maiores…os melhores…devíamos ter a coragem de olhar para este Rei…ou pelo menos a coragem de dizer. “ Não te esqueças que não sabes ler chinês”.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

POR CRISTO, COM CRISTO E EM CRISTO???...


Depois da dita visita ao sucessor de Pedro, depois de muito se dizer que os bispos portugueses levaram um puxão de orelhas, começa a correr muita tinta por aqui e por ali…e muitas serão as vozes que se hão-de ouvir a apontar o dedo, a definir as causas, a trazer ao de cima as culpas, a opinar sobre isto e sobre aquilo…a primeira pergunta que me vai surgindo é uma só: “ Será que tudo o que se diz e dirá, é no intuito de ajudar a melhorar, a transformar ou apenas a deitar abaixo aquilo que parece estar a cair?”
É verdade que é fácil olhar à volta e ver coisas que estão mal, realidades que simplesmente não são realidades e são apenas utopias…é fácil olhar á volta e ver que há uma quebra na vida da Igreja e na vida em Igreja…e claro é muito mais fácil dizer que tudo isto vem de cima. Virá???
Tudo isto pode levar a muitas questões, e também é evidente que se podem arranjar as mais diversas razões ou desculpas, ou até dizer-se que o que se tem feito é pouco ou que foi mal feito. No entanto se olharmos a história vamos descobrir muitas ondas, provavelmente até muitos “tsunamis”, aliás nestes dois mil e tantos anos de história as provas estão registadas.
Tudo isto me parece, um pouco, como as nossas relações, aliás basta pensar, por exemplo no amor de dois jovens…enamorados, apaixonados, um dia resolveram casar porque o seu amor era muito, era tudo; depois do casamento, passados alguns anos, ás vezes parece que o amor esmoreceu, e aquilo que era tudo deixou de ser, para muitos a fidelidade deixou até de ter muito sentido, parece que esmoreceu tudo e o amor foi murchando. Depois ou vem ao de cima o verdadeiro amor ou até o terminar de tudo. Parece que este amor já nasceu com prazo, e é mais fácil desistir do que procurar as verdadeiras razões que o levaram a esmorecer…
Na Igreja, penso que estamos a passar por este esmorecimento, e vamos deixando andar…porquê?
Se olho e vou descobrindo que é preciso remar ainda que seja contra a corrente, é preciso descobrir no fundo o que me leva a esmorecer também…porque é que me deixo ir pelo mais fácil? Ah, porque até São Paulo dizia: “Vejo o bem que quero e faço o mal que não quero”…boa desculpa…olho e descubro que não posso caminhar sozinho…ahhh mas os outros são “assim”, são “assado”…e eu? Serei a perfeição em pessoa?
Poderíamos arranjar um elenco de razões que justificassem tudo isto: o folclore…o show off…a superficialidade…a falta de caridade…a falta de formação…a…a…a…
A mim tudo isto já me fez pensar…é urgente que eu queira caminhar com os outros no mesmo sentido…e custa muito assumir, mas ás vezes o que faço não é bem pela única razão que o devia fazer…Por Cristo, com Cristo e em Cristo…

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Não tenhais medo...vamos caminhar juntos...


Nessa caminhada, os crentes sabem que não estão sós, mas que Deus vai com eles… É essa presença constante e amorosa de Deus que lhes permitirá enfrentar as forças da morte, apostadas em evitar que o mundo novo apareça; é essa força de Deus que permitirá aos discípulos de Jesus vencer o desânimo, a adversidade, o medo.
Deus caminha connosco…apesar de olharmos à volta e vermos tanta coisa mal…somos convidados a ter a certeza de que Deus não nos abandona…a questão que devemos colocar é se nós estamos convictos de que precisamos de caminhar juntos…porque juntos com Deus, enfrentamos todas as dificuldades, temos mais esperança e sem dúvida, fazemos melhor o caminho…


Depois da visita ad limina e de tudo o que se vai dizendo era muito bom pensarmos:

Alguém contava que um pároco andava preocupado pelo esvaziamento que via na igreja. Domingo após domingo, eram cada vez menos as pessoas que participavam na Eucaristia.
Tentou fazer com que as coisas voltassem ao que eram antes, foi ter com os fiéis questionando-os acerca da sua ausência. A resposta era sempre a mesma: "Sabe, Sr. Padre. Eu tenho a minha fé. Posso vivê-la aqui em casa, na tranquilidade do meu lar e não preciso de intermediários para falar com o meu Deus."
Um dia, cansado de ouvir sempre a mesma justificação, convocou os seus paroquianos para uma reunião no salão. Apesar da noite gelada, por respeito ao seu pároco, apareceram todos. Quando estavam finalmente reunidos, o pároco, sem uma palavra, dirigiu-se à lareira que aquecia a sala, pegou num pedaço de madeira que ardia e colocou-a no centro da sala isolando-a das outras. Passados poucos minutos esse pedaço de madeira deixou de arder. O pároco, sem uma palavra, olhou para os seus paroquianos e saiu. Estava tudo dito!

É urgente que eu tenha a coragem de deixar o meu sofá e me faça ao caminho…É importante que eu tenha a certeza de que não posso caminhar sozinho…preciso de caminhar com os outros e com Deus…

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

à eternidade começa aqui...


A certeza da ressurreição não deve ser, apenas, uma realidade que esperamos; mas deve ser uma realidade que influencia, desde já, a nossa existência terrena. É o horizonte da ressurreição que deve influenciar as nossas opções, os nossos valores, as nossas atitudes; é a certeza da ressurreição que nos dá a coragem de enfrentar as forças da morte que dominam o mundo, para que o novo céu e a nova terra que nos esperam comecem a desenhar-se desde já.


E se não houver Céu...

Duas religiosas, já velhinhas, com cinquenta anos de Vida Religiosa, conversavam com uma jovem, no pátio do colégio. E, quando a jovem, admirada com a generosidade de uma vida inteira dedicada ao serviço dos outros, perguntou: ‘Irmãs... cinquenta anos vivendo em função dos outros... e se, depois de tudo isso, vocês morrerem e não existir Céu? ‘
E uma Religiosa, tranquila, respondeu: ‘Minha filha, se não houver Céu, eu perdi cinquenta anos da minha vida... mas, se houver Céu, eu ganhei a eternidade! ‘
Entretanto, a outra Religiosa interveio e disse: ‘Olhe, filha: se houver Céu, eu serei feliz eternamente e, se não houver Céu, eu fui feliz durante cinquenta anos da minha vida’!


A eternidade começa aqui…

domingo, 4 de novembro de 2007

O olhar que julga....



Em primeiro lugar reparemos no olhar da multidão,. Jesus tinha curado um mendigo cego; ao ver isso, a multidão celebrou os louvores de Deus. Ao ver o maravilhoso, a multidão maravilhou-se. E depois, tudo muda de repente. Após a atitude de Jesus para com Zaqueu, a multidão olha Jesus com hostilidade. Versatilidade das multidões, sem dúvida. Mas também versatilidade dos nossos próprios olhares. Basta uma coisita de nada para que o meu olhar sobre aquele que estimava mude, quando percebo que ele não era “bem” aquilo que eu pensava!
Em segundo lugar, reparemos no olhar de Zaqueu. Mais do que um olhar de simples curiosidade, é um olhar de desejo. Ele tinha ouvido dizer que este Jesus não falava como os escribas e os fariseus. Além disso, Ele fazia milagres. Não viria Ele da parte de Deus? Então, ele quer ver este rabino que não é como os outros. Mas a sua procura continua tímida. Não ousa avançar demasiado. E eu? Qual é o meu desejo de ver Jesus, de O conhecer? Não sou demasiado tímido quando se trata da minha ligação com Jesus e da minha fé?
Finalmente, há o olhar de Jesus, que ergueu os olhos para Zaqueu. Que viu Ele? Um pecador à margem da Lei, banido por todos? Não, Jesus viu um homem rejeitado por todos, um homem habitado por um desejo, talvez não muito explícito, de ser acolhido por Ele próprio. Viu um homem que não tinha ainda compreendido que Deus o amava, apesar dos seus pecados, que Deus o olhava unicamente à luz do seu amor primeiro e gratuito. Então, Jesus colocou no seu olhar sobre Zaqueu todo este amor que transformou o publicano. E que o salvou!
O desafio hoje para nós é repararmos no nosso olhar. Como olhamos os outros? Ás vezes os nossos olhos não são simplesmente para julgar os outros? Como olhamos uns para os outros?


Não julgues para não seres julgado...

Alguém contava que numa cidade, um padeiro foi à polícia dar queixas do vendedor de queijos
O padeiro dizia: “ Venho aqui denunciar o vendedor de queijos. Ele rouba em cada queijo duzentas gramas. Pois diz que o queijo tem um quilo e só tem 800 gramas.”
O polícia foi ter com o vendedor de queijos e ao pesar um queijo constatou que o padeiro tenha razão. Pegou no queijo de 1 quilo e constatou que só pesava 800 gramas e mandou então prender o vendedor de queijos sob a acusação de estar a roubar os clientes.
O vendedor de queijos ao ser notificado da acusação, confessou ao polícia: “ Sabe senhor policia eu não tenho pesos cá em casa e por isso, todos os dias compro dois pães de meio quilo cada, coloco os pães num prato da balança e o queijo no outro e quando o fiel da balança se equilibra então eu sei que tenha um quilo de queijo.
O polícia para tirar a prova dos nove mandou comprar dois pães na padaria do acusador e pode constatar que os dois pães de meio quilo equivaliam a um quilo de queijo.
No fim de tudo aquilo o polícia concluiu que o ladrão era o padeiro que acusava o vendedor de queijos.

Nós somos um pouco assim e muitas vezes acusamos os outros dos nossos próprios vícios.
Quantas vezes os nossos olhares denunciam o mal que não queremos ver em nós e que só vemos nos outros.

domingo, 28 de outubro de 2007

Ainda o fariseu e o publicano...

Não sei quem escreveu mas está muito bem...
"Naquele tempo, o pároco de uma cidade, disse a seguinte parábola, “para alguns fiéis que se consideravam justos e desprezavam os outros”!
«Um homem e uma mulher, vieram à Igreja, para preparar as suas bodas de prata de casamento; ela era “católica praticante”; e ele, um “cristão distante”. Ela deixou o marido, ao fundo da Igreja, despachou o Santíssimo com um sinal da Cruz aldrabado; entrou na sacristia, e, de pé, dizia assim: “Senhor Padre, vinha marcar uma Missa, para as minhas bodas de prata; tenho muito que dar graças a Deus, por não estar divorciada, como algumas mulheres que casaram depois de mim e já se separaram! Graças a Deus, não sou como o meu marido, que nem aqui quis entrar: é um descrente, um “infeliz” e – olhe, não ligue – a esse “pobre desgraçado”. Por causa disso, venho eu, ao fim-de-semana, duas vezes à Missa: uma por mim, outra por ele. Sou que eu lhe pago a si todos os anos a côngrua, - sem o meu marido saber, pois claro, senão ia ser uma coisa dos diabos lá em casa. O senhor Abade se quiser que me confesse, não há problema nenhum: p’rós pecados que eu tenho, não me custa nada; vai ver, é um instantinho. Mas não pense em exigir isso do meu marido, que é só para estragar a festa! Já agora, veja se pode em tal dia e a horas, antes do jantar… Diga quanto é e eu pago o que for preciso”.
O marido, homem de poucas falas, ficou ao fundo da Igreja, num silêncio incómodo, e nem sequer se atreveu a entrar com a sua mulher; olhava para o chão e lembrava, já com dificuldade, a última vez que tinha ali entrado para o casamento do filho mais velho. E – em boa verdade - não se sentia com nenhuma vontade de celebrar umas bodas assim. E dizia, com a mão direita, a apertar o peito: “Meu Deus, que venho eu aqui fazer? Que festa é esta que possa justificar os maus-tratos, que dei à minha mulher e uma vida, quase toda, fora da Igreja”. E – furtivamente, num misto de pena, de dor, de saudade e de luz, duas lágrimas deslizaram sobre o seu rosto. Ao ver o Padre aproximar-se, confessou, de imediato e quase em publico: «De certo, o Senhor Padre, não pode fazer a cerimónia, por causa de mim; bem sei que não sou merecedor de uma missa destas”.
Eu vos digo que não ouvi a conversa fiada, e toda a religiosa meada, daquela mulher; mas gravo, para sempre, o olhar penitente e envergonhado, algo esperançoso e confiado, daquele homem, que sem o saber, desceu “para sua casa” tocado pela graça de Deus” e a sua mulher não! Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado»."
Que boa actualização....

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Farisaísmo...narcisismo e " eusismo"...


Na verdade, a verdade fez-me pensar isto…
Há á muito tempo que me vem á memoria a passagem do fariseu e o publicano, e faz-me lembrar aquilo que somos todos, imperfeitos, frágeis…enfim fariseus e narcisistas…sim todos somos um pouco de tudo…
Imagino o fariseu diante de Deus a contar as suas qualidades…:” – Senhor eu só faço o bem…eu dou-me bem com todos…ajudo toda a gente…ainda bem que não sou como os outros…esses sim esses são os maus, que não fazem nenhum bem a ninguém…Vês senhor como eu sou assim tão bom…modéstia á parte sou quase tão bom como tu…”
Imagino o narcisista diante de Deus a contar as suas…: “ Senhor, eu sou a criatura mais linda á face da terra…tenho um corpo esbelto…sou muita giro…o meu trabalho é sempre o melhor…não sou nada parecido com os ouros eles são feios…não fazem nada como deve ser…por isso eu é que sou o exemplo para todos…ah e vais-me desculpar mas sou mais giro que tu..”
Imagino-me eu diante de Deus…:” Senhor, tu conheces-me…sabes das minhas fraquezas e dos meus pecados…dos meus ódios e rancores…das minhas crises de fé…dos meus desgostos e dissabores…mas ao menos ajuda-me a não ser como estes dois…”
Pois…tava a correr muito bem…mas a verdade é que somos todos feitos da mesma matéria…e por mais que nos consigamos enganar uns aos outros só Deus é o único que não podemos enganar…e o mais engraçado…parece ser o único que não nos aponta o dedo…nem os defeitos…nem os feitios…e ainda por cima nos ama apesar das nossas faltas de amor…
Acho que afinal de contas há os fariseus os narcisistas e os “eusistas”…
Afinal farisaísmo…narcisismo…eusismo…é apenas a imagem reflectida num espelho quando me coloco á frente…
Eu também sou fariseu...eu também sou narcisista...eu também sou eusista...
Porque a vida acontece...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Como rezo eu???

O fariseu não reza a Deus, gaba-se daquilo que é, compara-se como sendo o melhor de todos. Ele crê não ter necessidade de ser salvo, ajudado, perdoado; não tem necessidade de Deus. Repartirá com o seu orgulho, privado do amor misericordioso de Deus. Quanto ao publicano, volta-se para Deus, suplica-Lhe para ter piedade, reconhece a sua miséria, mas conta com a misericórdia de Deus. Evidentemente, Deus ouve a oração deste último e atende-o; ele reparte de modo diferente, pois Deus faz dele um justo. Não esqueçamos que Jesus conta esta história em relação a certos homens que estavam convencidos de serem justos e desprezavam todos os outros. Com efeito, eis o sentido da história: Jesus não põe em causa a justiça destes homens, como não põe em causa a rectidão e a generosidade do fariseu que ultrapassa as exigências da Lei; o que Jesus critica ao fariseu da parábola e, sobretudo, aos seus ouvintes é que eles desprezavam e todos os outros. Ora, não se pode entrar em relação com Deus quando se manifesta desprezo em relação aos irmãos: “Aquele que diz que ama a Deus e não ama o seu irmão é um mentiroso”.
Pensemos como é a nossa oração: como a do fariseu, que se julga melhor que todos os outros e não precisa de Deus? Ou como a do publicano que reconhece a sua fraqueza e sente necessidade de Deus; esta é a verdadeira pergunta: quando eu rezo sinto necessidade de deus?

Alguém contava que um jovem queria aprender a rezar... e partiu para as montanhas, em busca do velho mestre de oração. Tudo o que queria era encontrar o mestre... tudo o que queria era aprender a rezar...
Andou por muitos caminhos, caminhou dias e noites... e nele crescia a ânsia de aprender a rezar. Ao fim de longo tempo, ficou extasiado ao encontrar o velho mestre e foi logo dizendo:
- ‘Mestre, ensina-me a rezar! ‘.
O velho mestre, olhou-o longamente. Depois, chamou-o até junto do rio caudaloso e mandou-o entrar na água. Ordenou depois que mergulhasse na água... e segurou a cabeça do jovem debaixo da água... até ele não aguentar mais. Quando o soltou, já meio sufocado, perguntou-lhe:
- ‘Quando estavas a sufocar debaixo da água, de que sentias mais necessidade? ‘
- ‘De ar! ‘ - respondeu o jovem.
-‘Pois bem - continuou o mestre, enquanto não sentires necessidade de Deus como sentiste do ar... não poderei ensinar-te a rezar!’

Se calhar também nós deveríamos fazer a experiência do jovem.
Quando eu rezo sinto realmente necessidade de Deus?
Era bom pensarmos nisto…

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Falar com ELE...


O diálogo que mantemos com Deus não pode ser um diálogo que interrompemos quando deixamos de perceber as coisas ou quando Deus parece ausente; mas é um diálogo que devemos manter, com perseverança e insistência. Quem ama de verdade, não corta a relação à primeira incompreensão ou à primeira ausência. Pelo contrário, a espera e a ausência provam o amor e intensificam a relação.
A oração não é uma fórmula mágica e automática para levar Deus a fazer-nos as “vontadinhas”… Muitas vezes, Deus terá as suas razões para não dar muita importância àquilo que Lhe pedimos: às vezes pedimos a Deus coisas que nos compete a nós conseguir (por exemplo, passar nos exames); outras vezes, pedimos coisas que nos parecem boas, mas que a médio prazo podem roubar-nos a felicidade; outras vezes, ainda, pedimos coisas que são boas para nós, mas que implicam sofrimento e injustiça para os outros… É preciso termos consciência disto; e quando parece que Deus não nos ouve, perguntemos a nós próprios se os nossos pedidos farão sentido, à luz da lógica de Deus.
Somos desafiados a manter com Deus uma relação intima, um diálogo persistente…pode ser simples e pequeno mas o importante é que ele exista…


Alguém contava que o Zézito todos os dias, entrava na igreja e poucos minutos depois saía. Um dia o sacristão preocupado, pois havia objectos de valor na igreja, perguntou-lhe:
-Ó Zézito que vais fazer todos os dias á Igreja? - Então…vou rezar. - Mas é estranho, -disse o sacristão- que consigas rezar tão depressa!
- Bem, eu não sei rezar aquelas orações compridas, mas todos os dias, eu entro na igreja e só digo; -OLÁ JESUS, EU SOU O ZÉ, VIM TE VISITAR! Depois saio. É só uma oracãozinha, mas eu sei que Ele me ouve.
Alguns dias depois, o Zézito sofreu um acidente e foi parar a um hospital e na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos. Os doentes mais tristes tornaram-se alegres, passaram a ouvir-se muitas risadas.
- Zé, disse-lhe a irmã, os outros doentes dizem que tu estás sempre tão alegre.
- É mana, estou sempre alegre, é por causa da visita que recebo todos os dias, fico feliz!
A irmã ficou admirada. Já tinha notado uma cadeira vazia encostada à cama do Zé. - Mas que visita? Que hora?
- Todos os dias, respondeu o Zé com um brilho nos olhos, todos os dias, Ele vem senta-se ao pé da cama, quando olho para Ele, Ele sorri e diz; - OLÁ ZÉ, EU SOU JESUS, VIM TE VISITAR!
Tenhamos a coragem, confiança e certeza do Zézito…porque a vida acontece...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Obrigado...

Hoje a Palavra de Deus sugere que eu me questione: no meu dia-a-dia, nas pequeninas coisas, saberei ser grato a Deus? Como vivo essa gratidão? Ou vivo meio distraído e não sei agradecer?

Alguém contava: eu era piloto de um bombardeiro na guerra.
Depois de muitas missões de combate, o meu avião foi atingido por um míssil; felizmente saltei de pára-quedas, mas fui capturado e passei seis anos numa prisão. Quando voltei á minha terra passei a dar conferências sobre o que eu passara e aprendera na guerra e na prisão.
Certo dia, num restaurante, um homem cumprimentou-me e disse: - “Olá, o senhor não era o piloto, que na guerra, o seu avião ao ser atingido por um míssil o senhor saltou de pára-quedas? Admirado respondi: “Sim, como sabe?"…“Era eu quem dobrava o seu pára-quedas. Parece que funcionou bem, não é verdade?" Admirado e com muita gratidão respondi: - "Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje e graças a si"
Quando cheguei a casa não conseguia dormir, pensava e perguntava-me: - “Quantas vezes vi esse homem no porta-aviões e nunca lhe disse Bom Dia? Eu era um piloto arrogante e ele um simples marinheiro." Pensei nas horas que o simples marinheiro passou humildemente no barco a enrolar os fios de seda de vários pára-quedas, tinha nas suas mãos a vida de alguém que não conhecia.
Agora, inicio as conferências e pergunto: -"Quem dobrou o teu pára-quedas hoje? Já lhe agradeceste?".
Às vezes, nos desafios que a vida nos apresenta diariamente, perdemos de vista o que é importante e as pessoas que nos salvam no momento oportuno sem que lhes tenhamos pedido.
Deixamos de saudar, de agradecer, de felicitar alguém, ou ainda simplesmente de dizer algo amável.
Com Deus fazemos a mesma coisa.
Hoje era importante termos a coragem de Lhe dizer: “Obrigado, Senhor por todos os favores que sem merecer recebi e nunca te agradeci.”
Assim a vida acontece...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Quanto Deus me ama...!!!


É uma típica tarde de sexta-feira e está a regressar a sua casa. Sintoniza o rádio. As notícias falam de coisas sem importância. Numa cidade pequena e distante morreram 3 pessoas de uma gripe até então, totalmente desconhecida. Não prestas atenção ao acontecimento.
Na segunda-feira quando acordas, escutas que já não são 3, mas 30.000, as pessoas mortas pela tal gripe, nas colinas remotas da Índia. Um grupo do Controle de Doenças dos EUA foram investigar o caso.
Na terça-feira, já é a noticia mais importante, está na primeira página de todos os jornais, porque já não é só na Índia, mas também no Paquistão, Irão e Afeganistão. Chamam a doença de "La Influenza Misteriosa" e todos perguntam: “Que faremos para controlá-la?” Então, uma notícia surpreende toda a gente. A Europa fecha as suas fronteiras…depois os EUA e o Japão. Mas um doente aparece num hospital da França. Começa o pânico... o vírus espalha-se por todo o mundo. As informações dizem que quando se contrai o vírus, em quatro dias de sofrimento, morre-se! O mundo todo assiste sem nada poder fazer… milhares de pessoas a morrer.... As igrejas começam a encher de fervorosos…multiplicam-se as orações a pedir a descoberta da cura, enquanto os cientistas continuam a trabalhar na descoberta de um antídoto, mas nada funciona.
De repente, vem a notícia esperada: Conseguiram decifrar o código de ADN do vírus. É possível fabricar o antídoto! É preciso, para isso, conseguir sangue de alguém que não tenha sido infectado pelo vírus. Corre por todo o mundo a notícia de que as pessoas devem ir aos hospitais fazer análise do seu sangue e doá-lo para a fabricação do antídoto.
Tu vais voluntário com a tua família…todos perguntam, o que acontecerá? Será este o fim do mundo? De repente o médico grita um nome... o teu filho mais novo está ao teu lado, agarra na tua camisa e diz-te: “Pai? Esse é o meu nome!” E antes que possa pensar, levam o teu filho e gritas: “Esperem!” E eles respondem: “Está tudo bem! O sangue dele está limpo, é sangue puro. Achamos que ele tem o sangue que precisamos para o antídoto.”
Depois de 5 longos minutos, saem os médicos a chorar e a rir ao mesmo tempo. O médico mais velho aproxima-se e diz: “Obrigado senhor! O sangue do seu filho é perfeito, está limpo e puro, o antídoto finalmente poderá ser fabricado. A notícia espalha-se por todos os lados. As pessoas rezam e riem de felicidade.
Entretanto o médico aproxima-se de ti, e da tua esposa e diz: “Podemos falar um minuto? Não sabíamos que o doador seria uma criança e precisamos que o senhor assine uma autorização para usarmos o sangue do seu filho.”
Começas a ler e percebes que não dizem qual a quantidade de sangue que vão usar e perguntas: “Qual a quantidade de sangue que vão usar?” O sorriso do médico desaparece e ele responde: “Não pensávamos que fosse uma criança. Não estamos preparados, precisamos de todo sangue do seu filho!”
Não podes acreditar no que ouves e começas a contestar: “Mas… mas...” – O médico insiste: “O senhor não compreende? Estamos a falar de uma cura para toda humanidade!!! Por favor, assine! Nós precisamos do sangue todo. Assine. Por favor, assine!”
Em silêncio, e sem sentires a caneta na tua mão, assinas.
Perguntam: “Quer ver o seu filho?” Caminhas na direcção da sala de emergência onde se encontra o teu filho amado, sentado na cama e diz: “Papá!? Mamã!? O que está a acontecer?” Seguras-lhe a mão e dizes: “Filho, tua mãe e eu amamos-te muito e jamais permitiríamos que te acontecesse algo que não fosse necessário, entendes?” O médico regressa e diz: “Sinto muito senhor, precisamos começar, o mundo inteiro está a morrer... pode sair?” Ao saíres, o teu filho pergunta: “Papá? Mamã? Porque me abandonam?”
E na semana seguinte, quando fazem uma cerimónia para honrar o teu filho, algumas pessoas ficam em casa a dormir, outras não vêm porque preferem fazer um passeio ou ir ao futebol, ou ver televisão e outras vêm com um sorriso falso, como se realmente nem se importem. Tens vontade de parar e gritar: “ O MEU FILHO MORREU POR VÓS!!! NÃO VOS IMPORTAIS COM ISSO? É ASSIM QUE AGRADECEIS?”
Pensa: Talvez isso é o que DEUS nos diz agora: “MEU FILHO MORREU POR VÓS!!! NÃO SABEIS O QUANTO VOS AMO?
Só por isto…a vida acontece…

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Assunto: Evangelho de São João 3,16


"Na cidade de São Paulo, numa noite fria e escura de Inverno, próximo de uma esquina por onde passavam várias pessoas, um garoto vendia rebuçados para conseguir alguns trocos. Mas o frio estava intenso e as pessoas já não paravam quando ele as chamava. Sem conseguir vender mais nenhum rebuçado, ele sentou-se na escada em frente a uma loja e ficou a observar o movimento das pessoas. Sem que ele percebesse, um polícia aproximou-se:
- "Estás perdido, filho?"
O garoto respondeu: -"Só estou a pensar onde vou passar a noite hoje...normalmente durmo na minha caixa de papelão, perto do correio, mas hoje o frio está terrível...O senhor sabe me dizer se há algum lugar onde eu possa passar esta noite?" O policia mirou-o por uns instantes e coçou a cabeça, pensativo. "Se tu desceres por esta rua", disse ele apontando o polegar na direcção de uma rua, à esquerda, "lá em baixo vais encontrar um casarão branco; chegando lá, bate na porta e quando atenderem diz apenas João 3,16'.
Assim fez o garoto. Desceu a rua estreita e quando chegou em frente ao casarão branco, subiu os degraus da escada e bateu na porta. Quem atendeu foi uma mulher idosa, de feição bondosa.
"João 3:16", disse ele, sem entender nada.
"Entre, meu filho". A voz era meiga e agradável. Assim que ele entrou, foi conduzido por ela até à cozinha onde havia uma cadeira de baloiço antiga, bem ao lado de um velho fogão de lenha aceso.
"Sente-se, filho, e espere um instantinho, tá?'
O garoto sentou-se e, enquanto observava a velha e bondosa mulher a afastar-se, pensou consigo mesmo: "João 3:16... Eu não entendo o que isso significa, mas sei que aquece um garoto com frio".
Pouco tempo depois a mulher voltou. -"Você está com fome?", perguntou ela. -"Estou um pouquinho sim... há dois dias não como nada e o meu estômago já começa a roncar... A mulher então levou-o até à sala de jantar, onde havia uma mesa repleta de comida. Rapidamente o garoto sentou-se à mesa e começou a comer; comeu de tudo, até não aguentar mais.
Então ele pensou consigo mesmo: "João 3:16...Eu não entendo o que isso significa, mas sei que mata a fome de um garoto faminto".
Depois a bondosa senhora levou-o ao andar superior, onde se encontrava um quartinho com uma banheira cheia de água quente. O garoto só esperou que a mulher se afastasse e então rapidamente despiu-se e tomou um belo banho, como há muito tempo não fazia. Enquanto esfregava o sabonete pelo corpo pensou consigo mesmo: "João 3:16...Eu não entendo o que isso significa, mas sei que torna limpo um garoto que há muito tempo estava sujo."
Cerca de meia hora depois, a velha e bondosa mulher voltou e levou o garoto até um quarto onde havia uma cama de madeira, antiga, mas grande e confortável. Ela abraçou-o, deu-lhe um beijo na testa e, após deitá-lo na cama, desligou a luz e saiu. Ele virou-se para o canto e ficou imóvel, observando o frio que fazia lá fora através da janela. E ali, confortável como nunca, ele pensou consigo mesmo: 'João 3:16... Eu não entendo o que isso significa, mas sei que dá repouso a um garoto cansado".
No outro dia, de manhã, a bondosa senhora preparou uma bela e farta mesa e convidou-o para o café da manhã. Quando o garoto terminou de comer, ela levou-o até à cadeira de baloiço, próximo ao fogão de lenha.
Depois seguiu até uma prateleira e apanhou um livro grande, de capa escura. Era uma Bíblia. Ela voltou, sentou-se numa outra cadeira, próximo ao garoto olhou dentro dos olhos dele, de maneira doce e amigável.
-"Você entende João 3:16, filho?"
-"Não, senhora... eu não entendo...A primeira vez que ouvi isso foi ontem à noite.., foi um policia que disse...".
Ela concordou com a cabeça, abriu a Bíblia em João 3:16 e começou a falar sobre Jesus. E ali, aquecido junto ao velho fogão de lenha, o garoto entregou o coração e a vida a Jesus. E enquanto lágrimas de felicidade deixavam seus olhos e rolavam pela face, ele pensou consigo mesmo: "João 3:16... ainda não entendo muito bem o que isso significa, mas agora sei que isso faz um garoto perdido se sentir realmente seguro".
Eu tenho de confessar uma coisa, eu também não entendo como Deus pôde mandar Seu Filho para morrer por nós e também não entendo como Jesus concordou com tal coisa. Eu não compreendo a agonia do Pai e de todos os anjos no Céu enquanto viam Jesus sofrer e morrer por nós. Eu não entendo esse imenso amor que Jesus teve por nós, ao ponto de ser crucificado na cruz.
Eu não entendo muito bem, mas estou certo que isso faz a vida valer a pena!!! Pois Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu único Filho para que todo aquele que n'Ele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).
Deus não mandou Jesus para condenar o mundo, mas sim para salvá-lo.
Aquele que crer em Jesus não será condenado, mas terá a vida eterna!
Deus não sabe amar menos... e nós ?
Desconheço o autor mas gostava muito de ter sido eu a escreve-lo...vale a pena pensar nisto...a vida acontece...

A vida acontece...


Olá…a vida acontece a cada momento que passa…e é aí que eu quero estar, no momento certo, de braços abertos, disponível, prestável, pronto…para deixar que ela surja…quero contar, falar, desabafar, ás vezes discutir, ás vezes amar…apenas deixar que as palavras com o seu poder surjam ao de cima e digam tudo o que têm para dizer…pretendo que tu me possas ajudar, tu que sem querer podes aparecer, podes visitar-me, podes discordar de mim ou concordar comigo…conto contigo para que juntos deixemos que a vida continue a acontecer…
Porque queiramos ou não…a vida acontece…