sábado, 26 de abril de 2008

A promessa de J.C.

Jesus garantiu aos seus discípulos o envio de um “defensor”, de um “consolador”, que havia de animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua marcha pela história. Nós acreditamos, que o Espírito está presente, animando-nos, conduzindo-nos, criando vida nova, dando a todos a esperança na caminhada.

Alguém contava que havia duas tribos que andavam sempre em guerra. Uma vivia no vale da montanha a outra vivia mesmo no cimo da montanha.
Um dia, a tribo que vivia no vale foi invadida pela outra, que, além de saquearem os inimigos, raptaram um bebé e levaram-no para a montanha.
A tribo do vale não conhecia os caminhos usados pela tribo da montanha. Não sabiam como chegar ao alto, como chegar aos inimigos pelos terrenos escarpados.
Mesmo assim, enviaram seus melhores guerreiros para subir a montanha e trazer a criança de volta.
Os homens tentaram diferentes métodos de escalada. Primeiro um caminho, depois outro. Após vários dias de esforços, não tinham subido nem quinhentos metros.
Sentindo-se impotentes e sem esperança, os homens consideraram a causa perdida e preparavam-se para regressar.
Enquanto se preparavam, viram a mãe do bebé que descia a montanha que eles não conseguiram subir, com o bebé ás costas.
Um dos homens perguntou-lhe: "Nós não conseguimos subir a montanha. Como é que a senhora chegou ao alto se nós, os homens mais fortes e capazes não conseguimos?"
Ela encolheu os ombros e respondeu: "Vós não sentíeis dentro do peito a força que eu sentia…e não era o vosso filho que estava lá."

Jesus promete que não nos deixará órfãos…mas envia o Paráclito, defensor que estará sempre connosco…que nos dará essa força interior para ultrapassar as dificuldades da vida…para isso Jesus coloca apenas um se… “SE ME AMARDES”…

sábado, 19 de abril de 2008

Cristãos a caminho...


Dar um passo… Alguém dizia: “a fé começa pelos pés!” De facto, a fé é uma resposta e uma caminhada. Foi a aventura destes onze homens reunidos numa sala, em Jerusalém. Estavam cheios de medo, mas lançaram-se, algum tempo mais tarde, pelas ruas da Palestina e para além disso. Sentiram-se possuídos pelo Espírito recebido no Pentecostes. É a aventura das crianças que, nestes dias, vão começar a comungar: são convidadas ao Banquete do Senhor, vão responder a este convite. É a aventura dos jovens que, por ocasião da sua profissão de fé, decidiram dar um passo para Deus, ousando dizer: “Creio!”. É a aventura dos jovens que, em certo período do ano, vão ser confirmados, um passo que lhes faz pedir a ajuda do Espírito. Somos todos convidados a dar um passo, para o Senhor e para os nossos irmãos. Sim, sejamos cristãos a caminho…abertos à aventura…cristão que perante os obstáculos, não desistem, mas tentam sempre novamente…


Alguém contava que numa aldeia as pessoas precisavam de escolher um chefe. Havia três homens para ocupar o lugar…o sábio da aldeia, um velhinho propôs um desafio aos três…o que conseguisse escalar a montanha mais rápido e chegasse ao pico seria o chefe…a montanha era difícil de escalar era alta e muito a pique…o desafio foi aceite…
O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado.
As pessoas ficaram desiludidas…ainda não tinham um chefe…
Mas o velhinho, sábio disse: “- Eu sei quem deve ser o nosso chefe”. Todos fizeram um silêncio de grande expectativa.
-“ É simples... eu reparei na atitude de cada um deles e, quando eles voltaram fracassados para o vale, eu ouvi o que cada um deles disse para a montanha”.
O primeiro disse: “- Montanha, tu venceste!
O segundo disse: “- Montanha, tu venceste!
O terceiro também disse que foi vencido, mas, com uma diferença. Ele olhou para a montanha e disse: - Montanha, tu venceste, por enquanto! Mas eu vou-me preparar e outro dia virei escalar-te.
E calmamente o sábio completou: “- A diferença é que o terceiro teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema: é chefe de si mesmo, está preparado para ser chefe dos outros!
Todos concordaram em escolher o terceiro homem para chefe.

Assim também nós na vida somos convidados a dar o passo…somos pedras vivas não mortas…somos cristãos que estão a caminho…as dificuldades não nos vencem…porque nós preparamo-nos e voltamos a tentar…assim se faz o caminho.

sábado, 12 de abril de 2008

Conhecer...ou não o Pastor...


Este evangelho é a garantia de que o Ressuscitado, o Bom Pastor, está entre nós, chama-nos pelo nosso nome e guia-nos até à vida em abundância. Jesus é o nosso modelo enquanto pastor e guia. A segunda leitura dá-nos conselhos práticos para o nosso caminhar em “rebanho”: paciência no sofrimento, fazer o bem, não responder ao insulto. Parecem conselhos impossíveis de seguir, mas Jesus está sempre lá, caminhando à nossa frente, guiando-nos e deixando-nos ser pastores de nós mesmos, dando-nos a liberdade de fazermos as nossas próprias opções.
É nas pequenas acções do dia-a-dia que vivemos o nosso Baptismo, a nossa entrada no redil. Sendo fiéis às promessas baptismais, ouvimos o nosso nome a ser chamado, e entrando pela porta vivemos desde já a paz e a segurança do nosso Pastor.

Alguém contava que um dia numa grande casa havia uma festa de luxo. Estava presente um famoso actor que recitava uns poemas e as pessoas iam aplaudindo maravilhadas; algumas vinham até pedir que recitasse Camões, Shakespeare, Fernando Pessoa etc…
Um sacerdote aproximou-se e perguntou:
- Conhece o salmo 22?
- Sim conheço, olhe eu vou recitá-lo se depois o senhor for capaz também de o recitar?
O sacerdote aceitou o desafio.
Começou o actor: -“ O Senhor é meu pastor, nada me faltará. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma. Ele me guia por sendas direitas, por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque vós estais comigo.”
Toda a gente aplaudiu as belas palavras do actor.
Depois foi a vez do sacerdote, que se levantou e recitou as mesmas palavras, mas ninguém o aplaudiu houve apenas um profundo silêncio e algumas lágrimas nalguns rostos.
O actor manteve-se em silêncio mas depois disse:
-“ Senhoras e senhores, espero que tenham dado conta do que aqui aconteceu esta noite. Eu conhecia o salmo 22…mas este homem conhece o Pastor.”


O Pastor conhece-nos e será que nós conhecemos mesmo o Pastor?

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ainda as chouriças e os padres…ou talvez não…







A vida ultimamente não tem sido fácil…e confesso que me custa ver com clareza algumas coisas menos claras…alguém me dizia há pouco tempo: “ Tens de fazer uma experiência onde não te sintas maioria, onde até as palavras custam a sair com o receio de que alguém que tu não queiras te escute…onde o assumires aquilo que és, só por si, já acarreta uma série de dificuldades…onde tantas normas e preceitos são relativizados…onde os teus olhos aprendem a ver o reverso…onde vais sentir que és nada…que não tens nada…que és um zero…onde mesmo que vejas o teu valor, poucos, muito poucos o irão ver…mas descobres uma coisa…quem assume o que é não está para meias medidas…ou é ou não é…não há meios termos…ia fazer-te bem…”
Calado ouvi…calado consenti…calado aceitei…e hoje ao pensar nisto, ao olhar á minha volta, custa-me ver a clareza das coisas obscuras…ás vezes parece que sinto autoridade para dizer certas coisas…para opinar…para moralizar…depois olho-me…e não consigo ver com clareza…eu já me sinto um zero há tanto tempo…já não vejo nenhum valor em mim…nem sei se ainda estou a meios termos…sei que os há de primeira…de segunda…de terceira…mas eu nem na nonagésima nona me encontro…a falta de clareza vai aumentando…preciso mesmo de sair…aqui há uns tempos, jamais me deixaria sentir como chouriça…agora acho que aceito e assumo…mas chouriça é faltar ao respeito ás verdadeiras chouriças…sinto-me mais uma chouriça em que a tripa já era das usadas…em que a carne nunca foi de qualidade…em que a gordura já estava estragada…chouriça…mas das já cheiram a ranço…ainda não tinha dado conta, provavelmente, porque o odor à minha volta é o mesmo…
Aquilo que alguém me dizia…se calhar…vai mesmo fazer-me bem…

sábado, 5 de abril de 2008

Partilhá-LO...na vida....


...E quando O encontramos? Que fazer com Ele? Lucas responde: Temos de levá-l’O para os caminhos do mundo, temos de partilhá-l’O com os nossos irmãos, temos de dizer a todos que Ele está vivo e que oferece aos homens (através dos nossos gestos de amor, de partilha, de serviço) a vida nova e definitiva.

Faz lembrar como alguém contava:
Havia uma pobre pedinte que um dia bateu na porta de uma casa e pedia algo para comer, a dona da casa não tendo comida para lhe dar e como era Inverno e estava frio deu-lhe um cobertor.
Passados alguns dias a senhora viu a mendiga debaixo de uma varanda de uma casa abandonada com o cobertor todo rasgado e ficou indignada.
Algum tempo depois, a mendiga voltou a bater à mesma porta e pediu novamente algo para si, a dona da casa não escondeu a indignação e disse-lhe:
- Não vou lhe dar nada, dei-lhe um cobertor e você, não o valorizou, mas ao contrário rasgou-o todo.
Ao que a mendiga respondeu:
- Valorizei sim, minha senhora… e muito. É que um amigo meu estava com frio e como não tinha nada com que se cobrir rasguei o cobertor ao meio e partilhei aquela minha riqueza que a senhora me tinha dado.

Também nós hoje somos convidados a partilhar Cristo Ressuscitado, a nossa maior riqueza…
Convidados a partilhar com os outros Aquele que vem encher a nossa vida de sentido…de vida verdadeira…
Precisamos de sentir uma certeza…Cristo Ressuscita cada vez que eu partilho com os outros, cada vez que com os outros eu me esforço por viver o Amor…