sábado, 26 de janeiro de 2008

Confio mesmo em TI???

A história do compromisso de Pedro e André, Tiago e João com Jesus e com o “Reino” é uma história que define os traços essenciais da caminhada de qualquer discípulo… Em primeiro lugar, é preciso ter consciência de que é Jesus que chama e que propõe o Reino; em segundo lugar, é preciso ter a coragem de aceitar o chamamento e fazer do “Reino” a prioridade essencial (o que pode implicar, até, deixar para segundo plano os afectos, as seguranças, os valores humanos); em terceiro lugar, é preciso acolher a missão que Jesus confia e com confiança comprometer-se corajosamente na construção do “Reino” no mundo. É este o caminho que eu tenho vindo a percorrer?

Queria reler o salmo 26(27):

“O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem confiança e confia no Senhor.”


Este é um salmo que exprime total confiança, mesmo numa situação difícil David continua a mostrar que é em Deus que ele confia. Por isso questiona-nos a nós, na vida,não quando tudo corre bem, mas era bom que num momento difícil da vida…quando sofremos, quando nos sentimos abandonados, sózinhos, desprezados, humilhados, inferiorizados, tivéssemos ainda a coragem de rezar este salmo…É importante perguntarmos realmente se confiamos no Senhor? Até que ponto…


Alguém contava que há muitos anos, um casal tinha dois filhos e viviam felizes. Eram muito religiosos…todos os dias rezavam em família…Deus fazia parte do seu dia a dia.
Um dia o esposo teve de fazer uma longa, ausentando-se do lar por vários dias. Nesse período, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados. A mãe sentiu o coração dilacerado de dor.
No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura. Mas, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia? Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção. Lembrou-se de fazer uma prece, rogando a Deus auxílio para resolver a difícil questão.
Alguns dias depois, num final de tarde, o esposo retornou ao lar. Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos. Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.
Alguns minutos depois, estavam ambos sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos. A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: - Deixa os filhos. Primeiro quero que me ajudes a resolver um problema que considero grave. O marido, já um pouco preocupado, perguntou:
- O que aconteceu? Notei que estás abatida! Fala! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.
- Enquanto estiveste ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! O problema é esse... Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que me dizes?
- Ora, mulher! Não entendo o teu comportamento! Nunca fostes muito vaidosa! Por que isso agora?
- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!
- Podem até ser, mas não te pertencem! Terás de devolvê-las.
- Mas eu não consigo aceitar a ideia de perdê-las!
E o esposo respondeu com firmeza:
- Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las, eu vou te ajudar. Faremos isso juntos, hoje mesmo.
- Pois bem, meu querido, seja feita a tua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem Ele veio buscá-los. Eles foram...
O esposo compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.

O Salmista rezava: “Confia no Senhor, sê forte.” Será que eu confio mesmo no Senhor???

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Já não sei no que acredito???

Às vezes paro para pensar e apetece-me ficar parado…não sou perfeito, sei perfeitamente isso, mas também acho que não é uma questão de perfeição que se trata.
Aqui há uns anos fiz uma opção na vida…e muito sinceramente, ninguém foi mais feliz do que eu nessa opção…coisas que perdi e coisas que ganhei…é a lei da vida.
Hoje já não tenho as mesmas certezas…e tenho pena…
Cheguei a acreditar em comunidades…acreditei em unidades…hoje nada disso me faz sentido…
Dou a minha cara por uma causa, mas espero que essa causa contribua para a minha aparição…digo-me um ser simples…mas dos simples eu sou o mais importante…sou o melhor…digo-me muito humilde…mas as melhores coisas têm de ser para mim…as pessoas que me conhecem têm-me como uma pessoa exemplar…mas Deus sabe como sou por dentro…sou um óptimo amigo…desde que nada perca com isso…podes confiar em mim…desde que o teu segredo dê um óptimo post para que outros opinem e possam deixar o seu ponto de vista…nunca fiz nada por dinheiro…desde que as despesas não caiam sobre mim…tudo o que faço é por uma boa causa…desde que essa causa possa ter uma cara…a minha cara…sou um ser como os outros…mas sinceramente a minha opinião é a melhor de todas…concordo com os critérios comuns…mas a falta de abertura leva-me a utilizar os meus critérios…e se usamos os mesmos critérios, como é que eu posso marcar a diferença???...não sou de criticas nem de apontar o dedo a ninguém…mas sei perfeitamente que os outros têm inveja de mim…aceito trabalhar em equipa…desde que a equipa reconheça que sem mim não vai longe…
Há pouco tempo ouvi alguém a dizer: “ Quando lutamos podemos perder…mas se não lutarmos, perdemos sempre”…apesar de concordar…perdi vontade de lutar…
Agora apetece-me ficar só a pensar nisto:

“Tenho um meu lugar,
Que guardo só para mim,
Em segredo onde o tempo não tem fim…

E sei onde encontrar,
Se o certo é me perder,
Num instante esse mundo tão meu…

Sei eu, sei eu…
Sei eu, sei eu,
De um mundo só meu…
Só meu, só meu…
Só meu, só meu…
Que há dentro de ti…

Dentro de ti…

E afasto sem quebrar,
Por todo o meu jardim,
Ramos soltos que me querem ver cair…

E sei onde esperar,
Se o certo é me encontrar,
Bem distante nesse o mundo tão meu…”


Todos tinham razão quando me alertaram…mas eu pensava que as pessoas mudavam…
“ Por minha culpa…minha tão grande culpa”

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Que testemunho???

“Ora eu vi… e dou testemunho”…muitas vezes, na nossa vida, exigimos a marca, (o selo)…seja nos ténis, na roupa, no carro…nos telemóveis…nas coisas…e naquilo que é mais importante ( no ser) prescindimos da marca…e precisamos de ter a coragem de aceitar que os filhos podem exigir a marca de cristãos nos pais no dizer e no fazer, no viver no celebrar, no amor autêntico a Cristo e à Igreja; é importante que tenhamos a coragem de perguntar que testemunho é que nós damos? Será que sabemos identificar tantas marcas e não reconhecemos aquela marca que deveríamos deixar?
Testemunho… A palavra “Servidor” regressa hoje em força, em Isaías, enquanto João nos convida a contemplar o Cordeiro de Deus investido da Força do Espírito, ao qual dá testemunho. E nós? O nosso testemunho ficará limitado a estas palavras do Credo proclamado ao domingo? Qual o meu testemunho? Qual o meu exemplo?

Alguém contava que um dia uma senhora fez uma longa viagem para falar com Ghandi. Ao ser recebida, ela e o seu filho disse:
- Mestre este meu filho tem diabetes. Por favor peça-lhe que pare de comer açúcar.
Ghandi respondeu:
- Minha senhora, peço que volte daqui a duas semanas.
Passados 15 dias a senhora voltou com o garoto e imediatamente ouviu Ghandi a pedir ao menino para deixar de comer açúcar.
A mulher ficou intrigada e perguntou:
- Mestre, por que o senhor não lhe disse isso 15 dias atrás?
Ghandi respondeu:
- Como eu poderia pedir-lhe isso a ele se eu mesmo não fazia?

Ás vezes, lemos e ouvimos tantos bons exemplos, falamos tão bem, mas será que temos a coragem de perguntarmos no nosso íntimo: Que testemunho estou eu a dar?
Eu vi e dou testemunho…

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A maior herança...


Mergulho solidário… A Incarnação é um mergulho de Deus na humanidade, uma imersão no meio dos homens para ser o Emanuel, isto é, Deus connosco, Deus com os seus filhos. A Epifania é um mergulho de Deus no meio de todos os homens, qualquer que seja o seu país, qualquer que seja a sua cultura. Ele é Deus para todos: o seu Filho tem como nome Jesus, isto é, Deus salva todos os homens. O baptismo de Cristo é o seu mergulho no meio dos homens que reconhecem a sua fraqueza e que pedem um baptismo de penitência. Jesus, sem pecado, torna-Se solidário com a humanidade na sua riqueza e na sua pobreza. No baptismos recebemos esta herança maravilhosa…assumir o baptismo não é só assumir Jesus…mas todo o projecto de Deus…e temos a certeza de que assumindo o Filho recebemos tudo do Pai…

Alguém contava que um homem muito rico tinha um filho, ambos eram apaixonados pela arte. Tinham de tudo na colecção, desde Picasso até Rafael. Pai e filho muito unidos gostavam de se sentar a admirar os seus quadros.
Um dia o filho foi para a guerra, e valente como era acabou por morrer numa batalha a tentar salvar um amigo. O pai recebeu a notícia e sofreu muito com a morte de seu único filho.
Um mês mais tarde, antes do Natal, alguém bateu na porta...
Um jovem com uma tela grande nas mãos disse ao pai:
- "O senhor não me conhece, mas eu sou o soldado
por quem seu filho deu a vida, ele salvou muitas vidas nesse dia e,
estava a levar-me para um lugar seguro quando uma bala lhe atravessou o peito. Ele falava muito do senhor de seu amor pela arte". E o rapaz estendeu os braços para entregar a tela: -"Eu sei que não é muito, e eu também não sou um grande artista,
mas sei também que seu filho gostaria que você recebesse isto".
O pai abriu a tela. Era um retrato de seu filho, pintado pelo jovem soldado. O pai estava tão atraído pela expressão dos olhos de seu filho,
que seus próprios olhos se encheram de lágrimas. Ele agradeceu ao jovem soldado, e ofereceu pagar-lhe pela pintura.
"Não, senhor, eu nunca poderia pagar-lhe o que seu filho fez por mim. Essa pintura é um presente".
O pai colocou a tela a frente de suas grandes obras de arte, cada vez que alguém visitava sua casa, ele mostrava o retrato do filho, antes de mostrar sua famosa galeria.
O homem morreu alguns meses depois, e anunciou-se um leilão de todas as suas obras de arte. Apareceu muita gente importante. Em exposição estava o retrato do Filho.
O leiloeiro bateu seu martelo: – Começaremos o leilão com o retrato o Filho. Quem oferece por este quadro?
Um grande silêncio...Então um grito do fundo da sala:
"Queremos ver as pinturas famosas! Esqueça-se desta!". O leiloeiro insistiu...
"Alguém oferece algo por essa pintura? 100€? 200€? ... Mais uma vez outra voz: "Não viemos por essa pintura! Viemos por Van Goghs, Picasso,.. Vamos às ofertas de verdade... Mesmo assim o leiloeiro continuou: - "O Filho! O Filho! Quem leva o Filho?" Finalmente, uma voz: - Eu dou 10€ pela pintura... Era o velho jardineiro da casa. Sendo um homem muito pobre, e esse era o único dinheiro que podia oferecer. - Temos 10€! Quem dá 20€? gritou o leiloeiro. As pessoas já estavam irritadas, não queriam a pintura do Filho, queriam as que realmente eram valiosas, para completarem sua colecção. Então o leiloeiro bateu o martelo: "10€ uma, 10€ duas, vendida por 10€! "Agora vamos começar com a colecção!" - gritou um.
O leiloeiro soltou seu martelo e disse:
- Sinto muito senhores e senhoras, mas o leilão chegou ao seu final. - Mas, e as pinturas? disseram os interessados.
- "Eu sinto muito", disse o leiloeiro. Quando me chamaram para fazer o leilão, havia um segredo estipulado no testamento do dono.
Não seria permitido revelar esse segredo até este exacto momento.
Somente a pintura O Filho seria leiloada; aquele que a comprasse,
herdaria absolutamente todas as posses desse homem
inclusive as famosas pinturas. O homem que comprou O Filho fica com tudo!"
Também nós…ao assumirmos o nosso baptismo…assumimos o Filho…e recebemos a maior de todas as heranças…a Salvação.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Um Deus para todos...


A Epifania é exactamente isto Deus que se manifesta a todos os povos…a todas as pessoas…a todos os homens…Não queiramos ter Deus só para nós…porque Deus manifestou-se…deu-se a conhecer a todos os povos

Alguém contava…
Três amigos, muito amigos apesar de cada um ter a sua religião, pois um era o António que era católico, outro era o Muhamed, que era muçulmano e outro o Joaquim protestante…eles tinham morrido, mas ainda depois de mortos tinham de fazer uma grande caminhada para chegarem ao destino. A caminhada era muito longa, morro acima, o sol era forte e eles ficaram suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água. Numa curva do caminho, avistaram um portão magnífico, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro, no centro da qual havia uma fonte de onde jorrava água cristalina.
O António (Católico) dirigiu-se ao homem que, guardava a entrada. "Bom dia!" - disse. "Bom dia!" - respondeu o guarda.
"Que lugar é este, tão lindo?" - perguntou. "Isto aqui é o céu". - Foi a resposta... "Que bom que nós chegamos ao céu, estamos com muita sede...".
"O senhor pode entrar e beber água à vontade" - disse o guarda, indicando-lhe a fonte. "Mas e os meus amigos? Eles também estão com sede e...". "Lamento muito - disse o guarda - mas aqui não se permite a entrada a muçulmanos nem protestantes". O António ficou muito desapontado. Mas ele não beberia, deixando seus amigos com sede.
Assim, prosseguiram no caminho. Depois de muito andarem morro acima, com a sede e o cansaço multiplicados, chegaram num sítio cuja entrada era uma porteira velha semi-aberta.
A porteira abria-se para um caminho de terra, com árvores dos dois lados que lhe faziam sombra.
À sombra de uma das árvores, um homem deitado, cabeça coberta com um chapéu, parecia que estava a dormir: "Bom dia!" - saudou o António. "Bom dia!" - respondeu o homem. "Estamos com muita sede, eu, e os meus amigos...". "Há uma fonte naquelas pedras" - disse o homem e indicando o lugar. "Podem beber à vontade". Os três amigos foram até a fonte e mataram a sede.
"Muito obrigado" – agradeceu o António. "Voltem quando quiserem" - respondeu o homem. "A propósito – perguntou o António - qual é o nome deste lugar?". "Céu!" - respondeu o homem. "Céu?" - Mas o homem lá atrás ao lado do portão de mármore disse que lá era o céu!
"Lá não é o céu: aquilo é o inferno". O António ficou perplexo. "Mas então - comentou - essa informação falsa deve causar grandes confusões". "De forma alguma!" - respondeu o homem, explicando:
"Na verdade, eles fazem-nos um grande favor, porque lá ficam aqueles que são capazes de abandonar seus amigos e que não entendem que o céu é uma oferta de Deus para todos..."

Era bom que eu me perguntasse: “ Será que eu aceito esta verdadeira mensagem da Epifania? Um Deus para todos?