segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Atento a Deus e aos outros...

A atitude meditativa de Maria, que interioriza e aprofunda os acontecimentos, complementa a atitude “missionária” dos pastores, que proclamam a acção salvadora de Deus, manifestada no nascimento de Jesus e que vão ao encontro. Estas duas atitudes devem as atitudes do crente de todos os tempos: Observar, conservar e meditar e a preocupação de ir ao encontro do outro…
Ao iniciarmos um novo ano é importante que nos perguntemos se queremos ter estas atitudes…Porque ás vezes deixamos que a vida passe a correr e nós andamos distraídos, e não nos damos conta de Deus nem dos outros…
Alguém contava…
Faz lembrar aquele jovem, bem sucedido que conduzia o seu Jaguar a toda a velocidade naquele bairro. Viu algumas crianças junto aos carros estacionados e abrandou um pouco, mas ainda a acelerar. De repente uma pedra espatifou-lhe a porta lateral do Jaguar! Travou a fundo e recuou até ao sítio de onde surgiu a pedra Saiu do carro e agarrou bruscamente uma criança empurrando-a contra um
veículo estacionado e gritou:
- Porque fizeste isto seu pirralho? Este é um carro novo e caro, aquela pedra vai ficar muito cara. Porque fizeste isto?
- Por favor, senhor, desculpe, eu não sabia mais o que fazer! - implorou o pequeno menino. - Ninguém estava disposto a parar para me ajudar.
O garoto começou a chorar, enquanto apontava na direcção dos carros estacionados.
- É o meu irmão. Ele vinha a descer e caiu da cadeira de rodas, e eu não consigo levantá-lo. Ainda a chorar, o menino perguntou ao jovem:
- O senhor pode-me ajudar a colocá-lo na sua cadeira de rodas? Ele está magoado e é muito pesado para mim.
Apesar de chateado o dono do Jaguar, dirigiu-se ao jovenzito, colocou-o na sua cadeira de rodas. Tirou o seu lenço, limpou as feridas e arranhões, e verificou se tudo estava bem.
- Obrigado, e que Deus possa abençoá-lo! – disse a criança.
O homem então viu o menino a empurrar o irmão na cadeira de rodas em direcção a casa.
Ainda hoje o Jaguar tem a marca da pedra na porta. Ele deixou-a ficar para se lembrar de não andar tão depressa pela vida, e que alguém tivesse de lhe atirar uma pedra para ter a sua atenção...
Deus vai-nos falando…Façamos votos que neste novo ano não andemos tão depressa e distraídos que seja preciso alguém atirar-nos uma pedra para nos chamar à atenção…
“Vive esta vida com atenção…não estejas á espera da pedra…”
Que este ano possamos estar mais atentos a Deus e aos outros…

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sagrada Familia...



A Sagrada Família é, ainda, uma família que obedece a Deus… Diante das indicações de Deus, não discute nem argumenta; mas cumpre à risca os desígnios de Deus… E é precisamente o cumprimento obediente dos projectos de Deus que assegura a esta família um futuro de vida, de tranquilidade e de paz. A nossa família aceita com serenidade os esquemas e a lógica de Deus e percorre, com confiança, os caminhos de Deus?
O exemplo deixado para hoje é o da Sagrada Família…

ALGUÉM CONTAVA….
Um casal como tantos outros, estava a passar por dias difíceis…
Ela estava muito cansada. Todos os dias era a mesma coisa: filhos, roupas para lavar, compras no supermercado, prazos para cumprir, amigos a pedir conselhos, o telefone que não parava de tocar. Ela sentia-se abatida e exausta....
Ele andava irritado. O dia tinha sido difícil... Depois de uma hora preso no trânsito, ele encontrou os filhos a pedirem-lhe atenção, uma lista de pacientes para quem precisava de telefonar e um monte de contas para pagar…
Nas primeiras horas da noite, ambos se esforçaram para não gritar, tentando controlar os nervos...
De repente, alguma coisa insignificante acelerou o processo de descontrole. Ambos começaram a levantar o tom da voz. Sem querer, estavam a trocar palavras ofensivas. Assuntos que nem eram importantes e que foram trazidos à baila. Mágoas passadas foram revividas. Mágoas guardadas e nunca perdoadas. Uma simples conversa transformou-se numa discussão quente. Quando estavam aos gritos, a porta do quarto abriu-se. Lentamente. Silenciosamente. Uma mãozita esgueirou-se pela fresta e colocou alguma coisa na porta.
Imediatamente, a mãozita desapareceu e a porta fechou-se.
Curiosa, ela levantou-se para investigar. Preso na porta com fita adesiva estava um pequeno coração de papel pintado de vermelho, que dizia: “Eu amo a mamã e o papá”.
O Tó, o filho mais novo de oito anos, ouviu a discussão e estava fazer a sua parte pela paz da família.
Dizem que ela começou a chorar e ele corou…. Marido e mulher olharam-se, e arrependidos por terem deixado que as suas emoções prejudicassem seu lar. De repente, já nem se lembravam do que estavam a discutir, quando o pequeno Tó colocou um coração de papel na porta do quarto…Mas eles resolveram deixá-lo colado ali para se lembrarem nos dias futuros.


Hoje somos convidados a reflectir e pensar na família…
A Família, deve-se caracterizar como a primeira e mais determinante escola da tolerância, do diálogo, da compreensão e, por conseguinte, do Amor…
O Amor, não como mero símbolo poético, mas como seiva em movimento, vivo e só tem sentido quando vivido numa dinâmica de renovação, que se adapta sem deixar de ser o que é: alimento que se dá e se recebe. O Amor é construído no quotidiano das “coisas” simples e, quantas vezes não visíveis, tal como a simplicidade da seiva bruta que pouco ou mais transporta do que água e sais minerais. Numa árvore não vemos a seiva, sem a qual ela não vive, tal como nas Famílias, o Amor tem de existir mesmo sem dar nas vistas, sem a exuberância de gestos e atitudes. O Amor, na Família, é como silencio que fala ou voz ou gosto discretamente presentes.
Será que por palavras…gestos…ou atitudes…hoje nós temos a coragem de dizer: “ Pai…mãe…amo-vos”?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal...


Eu morava numa cidade grande. A poucos dias do Natal, as lojas já começavam a ficar cheias e multidões esperavam impacientemente pelos autocarros e eléctricos no fim da tarde.
Quase todas as pessoas carregavam muito sacos e o cansaço era tanto, que eu comecei a perguntar-me se os amigos e parentes mereciam mesmo aqueles presentes e tanto sacrifício. Esse não era bem o espírito de Natal que eu desejava.
Finalmente fui empurrada para dentro de um eléctrico superlotado e a idéia de ficar ali como sardinha em lata até chegar em casa foi era insuportável. O que eu não daria por um lugar sentada!
À medida que algumas pessoas foram descendo, consegui respirar melhor e comecei a notar os outros passageiros. Com o canto do olho, vi um menino pequeno, de pele escura - não poderia ter mais de seis anos - puxando a manga de uma mulher e perguntando: "Quer sentar-se?" Ele levou-a até ao lugar vago mais próximo e partiu em busca de outra pessoa cansada. Assim que um cobiçado lugar surgia, ele rapidamente se enfiava no meio daquela multidão para procurar mais uma mulher carregada de pacotes e levava-a até o assento.
Finalmente, quando senti um puxão na minha própria manga, já estava completamente fascinada pelo menino. Ele pegou-me pela mão e com um sorriso do qual jamais vou me esquecer disse: "Venha comigo." Mal tive tempo de agradecer, pois ele já partia em busca de mais uma necessitada.
Os passageiros do eléctrico, que em geral viajavam a olhar para a frente e a evitar os olhares dos vizinhos, começaram a trocar sorrisos. Uma mulher comentou comigo o cansaço que sentia, e três pessoas se abaixaram ao mesmo tempo para apanhar um pacote que caíra no chão. Em pouco tempo, as pessoas conversavam. Aquele menino havia realmente mudado alguma coisa - todos nós sentíamo-nos envolvidos num subtil sentimento de aconchego e o resto do percurso foi puro prazer.
Não dei conta de o menino descer. Quando reparei, ele já lá não estava. Quando cheguei ao meu destino, saí do eléctrico e desejei sinceramente ao condutor "Feliz Natal".
Pela primeira vez percebi como as casas da minha rua estavam lindamente iluminadas e pensei em reunir os vizinhos para um chá antes do fim do ano. Eu sentia-me de bem com o mundo, feliz com os presentes que comprara e com a alegria que eles dariam.
E de repente, o Natal deixou de ser uma festa de consumo para adquirir seu verdadeiro sentido. Mais uma vez era um menino que, com seu gesto de amor, anunciava nossa verdadeira vocação.

Afinal Natal é isso mesmo…a coragem através de gestos, ás vezes tão singelos e pequenos, conseguirmos concretizar o grande mandato: “ Amai-vos uns aos outros”…
Já agora era bom que cada um de nós fizesse um compromisso interior…: “ Neste Natal vou pensar em algum gesto que possa ser para os outros um pedaço de amor”…e quando sou capaz de transmitir amor é sinal que Ele já nasceu em mim…
Sejamos autênticos deixando que Jesus nasça em nós e queiramos VÊ-LO presente nos outros…
Feliz Natal…

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

os sinais de Deus...


Sinais! Deus está sempre a dar-nos sinais, mas nós procuramos sempre do lado do extraordinário. Raramente Deus está no extraordinário. O sinal que Ele nos oferece é o de uma família humana, como as nossas, em que Ele se faz corpo para ser «Deus connosco». Que espaço Lhe abrimos nas nossas vidas de homens e de mulheres para que o Sinal da sua Presença e do seu Amor seja visível para todos os que O procuram hoje? Só com o coração aberto a Deus poderemos acolher os irmãos… Só deixando que Deus seja Natal nas nossas vidas poderemos ser Natal para os outros… Nem mais! Mãos à obra em mais uma semana que Deus nos concede, a semana do Natal! Estejamos atentos aos sinais…

Conta-se que um velho árabe, analfabeto, orava com tanto fervor e carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe da grande caravana, chamou-o à sua presença e lhe perguntou: “Por que rezas com tanta fé? Como sabes que Deus existe, se nem ao menos sabes ler?”. O crente respondeu: “Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele”. “Como assim?”, indagou o chefe, admirado. O servo humilde explicou-se: “Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?” . “Pela letra”. “Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?” . “Pela marca do ourives”. O empregado sorriu e acrescentou: “Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?”. “Pelos rastros”, respondeu o chefe, surpreendido. Então, o velho crente convidou-o para fora da tenda e mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava cercada por multidões de estrelas exclamou, respeitoso: “Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens…muito menos de algum cavalo ou algum boi…logo são de Deus!”. Nesse momento, o rico chefe, ajoelhou-se na areia e começou a rezar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais em todos os lugares: na manhã que nasce calma; no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva... Ele deixa sinais, quando alguém se lembra de ti; quando alguém te considera importante ou te visita numa hora de sofrimento.

Neste Natal queiramos estar mais atentos aos sinais que Deus nos dá…

sábado, 15 de dezembro de 2007

Tempo de alegria, esperança...de estender a mão...


O tempo de Advento é sem dúvida nenhuma o tempo da esperança…mas não podemos estar somente à espera …esta espera exige de nós uma preparação …a Deus não enganamos…Ele vem salvar-nos, mas precisamos de querer ser salvos…por isso este é o tempo de estendermos a mão ao outro…sem estarmos á espera que seja o outro a dar o primeiro passo…

Alguém contava que um homem estava atolado num pântano. Tinha apenas a sua cabeça fora do lamaçal. Gritava com todas as forças por ajuda. Logo acorreu uma multidão de pessoas aquele lugar. Uma delas resolveu tentar ajudar o pobre homem.
"Dê-me sua mão", gritou para ele, "eu vou tirá-lo do lamaçal."
Mas o homem que estava atolado na lama continuou gritando por ajuda e não fez nada que permitisse ao moço ajuda-lo.
"Dê-me sua mão", pediu o moço várias vezes.
Mas a resposta era sempre o mesmo grito de desespero por ajuda.
Então outra pessoa aproximou-se e disse:
"O Senhor não vê que ele nunca lhe vai dar a mão? O senhor é que tem de dar lhe dar a mão a ele. Então poderá salvá-lo."

Preparamo-nos na alegria ansiosa de Deus que vem salvar-nos…e essa salvação chega até nós também pelos outros…
Em conclusão este tempo é tempo de esperança…é tempo de alegria…é tempo de estendermos a mão ao outro…é tempo de salvação…

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A alegria de converter...para estar preparado...

O desafio que hoje nos é lançado devemos, vê-lo de três formas:
1) Somos convidados a olhar a nossa vida e questionar, quais são as nossas prioridades;
2) Somos convidados à conversão, mudança…
3) Mudança que nos leva a viver com optimismo, porque a comunidade cristã deve ser o rosto visível de Cristo no mundo, tem de ser o lugar do amor, da partilha fraterna, da harmonia, do acolhimento…
Quais as minhas prioridades que devo converter para viver, na harmonia e na alegria, de Deus que vem até nós. Será que neste tempo de Advento sou capaz de viver nesta perspectiva optimista…afinal Deus vai aproximar-se de nós…

Alguém contava que um casal tinha dois filhos gémeos. Um deles era muito optimista. Para ele, tudo corria sempre às mil mara¬vilhas. O outro era muito pessimista. Não via nada de positivo. Os pais, preocupados, consultaram um psicólogo, que lhes disse:
— No dia de anos, quando chegar o momento de abrir as prendas, ponham-nos em quartos separados. Dêem ao pessimista os melhores presentes possíveis e ao optimista apenas uma caixa de estrume. E obser¬vem as suas reacções.
Os pais seguiram as instruções. Quando espreitaram o pessimista, ouviram-no dizer:
— Não gosto da cor deste computador. Aposto que esta calculadora irá avariar-se. Não gosto deste jogo. Conheço um colega que tem umas sapatilhas melhores que estas.
Ao espreitarem o optimista, viram-no a saltar alegremente, soltando gargalhadas e dizendo:
— Onde há tanto estrume tem de haver um cavalo!
Perante um copo meio de água ou vinho, o pessimista lamenta-se porque não está cheio. Mas o optimista alegra-se porque não está vazio.
Só preciso de me esvaziar para poder encher-me de Cristo que vem…sejamos optimistas vivendo esta ânsia alegre de Deus que se aproxima de nós…

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Imaculada Conceição

Somos convidados a vivermos como Maria. No seu ser, na sua vida e na sua missão encontramos ajuda imprescindível para vivermos juntos o projecto de Deus em nós, com os outros e com Deus.

O projecto de Deus e a sua realização


Alguém contava que dois amigos discutiam sobre os privilégios da Virgem Maria. Um deles disse:
- Isso de chamarmos a Maria Imaculada Conceição não tem sentido. Maria não é um anjo, é uma mulher.
- Ok ", diz seu o outro – : E, concerteza, não acreditas que nascemos com o pecado original.
- Claro. Como posso nascer com pecado sem ter culpa da minha parte?
- Ahh?. Engraçado, não acreditas na Imaculada Conceição da Virgem Maria, mas acreditas na tua concepção imaculada, ou seja, tu nasceste sem pecado Maria não…

Isto faz-nos pensar… Maria Imaculada não é apenas um ser imune do pecado original.
Deus tem um plano para todos. E as coisas são o que são, porque coincidem ou não com o projecto de Deus sobre nós.
Nós, homens - seres livres precisamos de conjugar duas coisas : o que Deus queria e planeou para nós e aquilo que fazemos todos os dias. Duas coisas que quando não se completam nos afastam de Deus.
Mesmo os mais santos tiveram ligeiro desvio. Mas arrependeram-se e aceitaram os projectos de Deus.
A única pessoa que conjugou estas duas coisas foi Maria. Maria é a única que nunca se desviou de Deus. Maria é o que Deus quis que fosse.
E nós, será que ás vezes, somos aquilo que Deus quereria que fossemos???…