sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

III Domingo do Advento...

“Que devemos fazer?” Esta questão é posta três vezes a João Baptista, pelas multidões, pelos publicanos, pelos soldados. João não parece ser muito exigente nas respostas. Nada de extraordinário. Não pede para saírem do real das suas vidas. Por exemplo, exorta as multidões à partilha com os mais pobres. Hoje, dir-nos-ia para transformarmos a festa comercial do Natal numa ocasião de partilha mais generosa. A atenção ao dia-a-dia sugerir-nos-á como partilhar! Não são necessárias coisas extraordinárias. Basta deixar iluminar pela Boa Nova de Jesus a nossa vida de todos os dias…

O Imperador Chinês
Alguém contava que um imperador chinês, fora avisado a respeito de uma revolta que se desenvolvia numa das províncias do seu império, disse aos ministros do seu governo e aos chefe militares que o cercavam:
- Vamos. Sigam-me. Destruirei os meus inimigos imediatamente.
Quando chegaram ao local, o imperador tratou-os com tanta brandura e amabilidade que, em gratidão, todos se submeteram a ele voluntariamente.
Os que acompanharam o imperador pensavam que ele a iria ordenar a execução de todos os rebeldes, mas ficaram surpreendidos ao vê-lo tratando-os com tanto carinho e afecto. O primeiro-ministro, intrigado com a atitude do imperador, perguntou:
- É desta forma que Vossa Excelência cumpre sempre a sua ameaça? Não nos disse no início que viríamos aqui para vê-lo destruir os seus inimigos? E prosseguiu:
- Ora, a única atitude que tomou foi a de amnistiá-los com um gesto humanitário... Estamos todos estarrecidos com o perdão, sobretudo, com o carinho que premiou a cada um dos revoltosos.
Depois de ouvir atenciosamente a censura do seu ministro e ainda outras tantas críticas feitas pelos demais auxiliares, o imperador, sereno e tranquilo, com ar de generosidade, disse-lhes:
- Sim, lembro-me que prometi solene e decididamente destruir todos os meus inimigos. Mas agora eu pergunto: vêem aqui algum inimigo meu? Certamente que não, pois todos ficámos amigos.
Essa é uma verdade sem contestação. Podemos destruir os inimigos pela força, pela violência, pela soberania. Entretanto, feito isto, não há dúvidas, muitos outros inimigos nascerão em face da atitude prepotente. Todavia, quando se procura ganhar um inimigo com gestos de amor, de compreensão e bondade, concerteza surgirão muitos outros amigos que, atraídos pela experiência vivida pelo semelhante, também se deixam transformar, seguindo o exemplo de amor e perdão em relação aos inimigos.
O amor provoca a própria conversão…
Podemos não ter nada para partilhar…mas temos muito para amar… O que renova o mundo e o transforma não é o medo, mas o amor.
Será que ainda somos capazes de perguntar: “ que devemos fazer?

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