domingo, 20 de julho de 2008

O trigo e o joio...

A conclusão que a Palavra de Deus nos faz chegar é esta: Somos demasiado rápidos a julgar os outros. E pensamos sempre que os nossos julgamentos são os mais acertados e os mais correctos. Esquecemo-nos, no entanto, que a nossa intensa vontade de arrancar o joio dos outros acaba por arrancar também o trigo que eles também têm em si. O nosso julgamento, mais que bem sustentado, deve ser humano, pois sendo humano torna-se mais clemente, mais compassivo, mais à semelhança do julgamento que Deus faz de cada um de nós.


Alguém contava que numa aldeia havia um velhinho que tinha um cavalo branco. Muita gente já lhe tinha oferecido grandes quantias de dinheiro pelo cavalo, mas o velhinho dizia: “ Este cavalo para mim é uma pessoa, uma companhia, um amigo…e eu não posso vender um amigo.”
Um dia descobre que o cavalo não estava na loja. Muita gente da aldeia reuniu-se e trataram mal o velhinho: “ Seu velho estúpido…não quiseste vender o cavalo…agora ficaste sem dinheiro e sem cavalo…Toda a gente sabia que um dia alguém te roubaria o cavalo”.
O velho disse: “ Calma…nada de fazer julgamento nenhum, o que sabemos é que o cavalo não está na loja e pode ser mau ou pode ser bom…não julgar…quem sabe o que vem a seguir”.
As pessoas riram do velho. Elas diziam sempre que ele era um louco. Mas, quinze dias depois, numa noite, o cavalo voltou. Ele não tinha sido roubado, ele tinha fugido para a floresta. E para espanto de todos, ele trouxe uma dúzia de cavalos selvagens consigo. Novamente, as pessoas reuniram-se e disseram: "Velho, você estava certo. Não era mau, foi até muito bom.”
O velho disse:"Calma…nada de fazer julgamento nenhum. Digam que o cavalo está de volta... quem sabe se é bom se é mau? Não julgar…quem sabe o que vem a seguir…”
Desta vez, as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente sabiam que ele estava errado. Doze lindos cavalos tinham vindo...O velho tinha um único filho, que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um cavalo e fracturou as pernas. As pessoas reuniram-se e disseram:" Velho tinhas razão novamente. Foi uma desgraça. O teu único filho perdeu as pernas, e na sua velhice ele era seu único amparo. Agora você está mais pobre do que nunca."
O velho disse:" Calma vocês já estão a julgar. Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fracturou as pernas, quem sabe se é bom se é mau? Não julgar…quem sabe o que vem a seguir”.
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra, e todos os jovens da aldeia foram forçados a alistar-se.
Só o filho do velho foi deixado para trás, pois recuperava-se das fracturas. A cidade inteira chorava, lamentando-se porque aquela era uma luta perdida e sabiam que a maior parte dos jovens jamais voltaria.
As pessoas reuniram-se junto do velho e disseram: "Você tinha razão, velho afinal foi bom o seu filho ter partido as pernas. Ele pode estar aleijado, mas ainda está consigo. Os nossos filhos foram-se para sempre."
O velho disse: "Vós ainda não aprendeste a lição, continuais a julgar. Ninguém sabe! Digam apenas que os vossos filhos foram forçados a entrar para o exército e que meu filho não foi. Mas só Deus sabe se isso é bom ou se é mau. Não julgar…quem sabe o que vem a seguir ".

Na vida é um pouco assim, nós nunca chegamos á Meta…mas podemos ir alcançando pequenas metas…Um caminho termina e outro começa: uma porta fecha-se, outra abre-se. Por isso mais do que julgarmos vamos deixar crescer o trigo e o joio e aprender depois a separá-lo…afinal o velho tinha sempre razão...não devemos fazer julgamentos…ninguém sabe o que vem a seguir…só Deus
Aqueles que não julgam e são capazes de viver o momento presente e de nele crescer... esses são capazes de caminhar com Deus.

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