terça-feira, 15 de setembro de 2009

ANO SACERDOTAL???


Diz-se por aí que este ano pastoral tem um lema: ano sacerdotal.
Como outras vezes tem acontecido todos batemos palmas e achamos que está muito bem; é preciso redefinir a pessoa do sacerdote, é preciso ganhar consciência da crise vocacional, é necessário que peçamos “trabalhadores para a messe”…e por aí vai a consciência para este ano sacerdotal.
Fez-se um simpósio para o clero em Fátima e todos achamos óptimo porque se discutiram questões pertinentes: como o casamento dos padres; a homosexualidade dentro da Igreja; a ordenação de homens casados e de mulheres…ahh não estes temas serão só para o xxxLLL Simpósio…neste era o “ Dom que há em ti”…
É preciso coragem para assumir as coisas, depois de uma ano Paulino concordo que seria mais lógico um ano Petrino, mas este era casado tinha sogra, não dá jeito falar dele…então falemos de ano sacerdotal e para não levantar muito pó falemos de dentro para dentro, só entre nós…
Afinal esquecemos que o povo sacerdotal não é só e apenas composto por sacerdotes…recordem o que o sacerdote diz no dia do baptismo quando faz a unção depois do baptismo: “UNÇÃO DEPOIS DO BAPTISMO
Celebrante: Deus todo-poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que te libertou do pecado e te deu uma vida nova pela água e pelo Espírito Santo, unge-te com o crisma da salvação, para que, reunido ao seu povo, permaneças, eternamente, membro de Cristo sacerdote, profeta e rei. Todos: Amen.”
Então a comunidade sacerdotal é mais alargada! E vamos viver este ano lembrando só e apenas os que receberam a ordenação sacerdotal ou seria outra coisa se celebrássemos o povo sacerdotal???

sábado, 12 de setembro de 2009

ser cristão....

Ser cristão é assumir tal como Jesus: “O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.”
Nós não podemos ser cristãos de um talvez, ou somos ou não somos…não podemos dizer sim a Cristo e passar as mãos nas costas do diabo…não podemos ser cristãos que ficam a olhar para trás, é preciso renunciar a si mesmo assumir a cruz e caminhar…mas o caminho é sempre para diante…


Um discípulo pergunta ao seu velho e sábio mestre:
- Como chegar ao amanhã?
E o velho sábio responde:
Primeiro, para chegar ao amanhã, é preciso querer chegar lá...
Em seguida, devemos escolher as pousadas aonde descansar e reflectir acerca do próximo caminho a percorrer.
Depois, a cada passo do caminho, perguntar o que fazer com as pedras encontradas na estrada, nas margens e no horizonte.
Manter o olhar alternadamente no futuro e a um metro dos pés e nunca ficar a olhar para trás....
Finalmente e sempre:
- sentir e caminhar, caminhar e sentir, sentir e caminhar...'
O verdadeiro cristão assume a cruz e olha para o futuro e a um metro dos pés e nunca fica a olhar para trás…

sábado, 8 de agosto de 2009

Quem acredita em Mim tem a vida eterna....

Acreditar e seguir Cristo, ser um Homem Novo implica, na perspectiva de Paulo, assumir uma nova atitude nas relações com os irmãos. O apóstolo chega a especificar que o azedume, a irritação, os rancores, os insultos, as violências, a má-língua, a inveja, os orgulhos mesquinhos devem ser totalmente banidos da vida dos cristãos. Esses “vícios” são manifestações do “homem velho” que não cabem na existência de um “filho de Deus”, cuja vida foi marcada com o selo do Espírito. É necessário que estejamos cientes desta realidade: quando na nossa vida pessoal ou comunitária nos deixamos levar pelo rancor, pelo ciúme, pelo ódio, pela violência, pela mesquinhez e magoamos os irmãos que nos rodeiam, estamos apenas a não aceitar o “pão” oferecido por Deus.
ACREDITAR É OLHAR PARA O OUTRO E VER NELE O ROSTO DE CRISTO …NÃO PODEMOS DIZER QUE ACREDITAMOS, E SÓ PORQUE O OUTRO NÃO SE VESTE COMO NÓS E O OLHAMOS DE FORMA DIFERENTE.

Alguém contava certa vez, fui a um banquete servido numa aldeia próxima. Todos estavam convidados. Mas quando o mestre-de-cerimónias me viu com umas roupas velhas colocou-me no pior lugar, longe da mesa grande onde os mais importantes estavam a ser servidos com todas as regalias.
Durante meia hora esperei calmamente. Percebi que o mestre-de-cerimónias nem sequer passava perto de mim. Então resolvi sair, fui até minha casa e vesti o meu fato mais bonito casaco e calças a combinar, com camisa e gravata. Assim adornado, voltei à festa.
Por causa da diferente vestimenta não fui reconhecido e logo fizeram soar as trombetas anunciando que alguém importante acabara de entrar. Após o anúncio fui conduzido pelo mestre-de cerimónias a um lugar ao lado do senhor da casa.
Logo que me sentei ofereceram-me uma imensa variedade de pratos, um mais bonito que o outro. Não me fiz de rogado. Servi-me e comecei a esfregar comida pelo fato.
Senti os olhares perplexos dos convidados. O senhor da casa então comentou:
- Estou curioso quanto a esse seu costume à mesa. É inteiramente novo para mim.
Respondi prontamente:
- Não é nada demais. O fato fez-me chegar até aqui. O senhor não acha justo que ele coma a parte dele?

sábado, 11 de julho de 2009

Disponivel para evangelizar...

O desapego é também um não arrastar consigo ideias e preconceitos, tradi¬ções, convicções retrógradas, a que se está ligado de maneira fre¬quentemente emotiva e irracional. Basta pensar, por exemplo, no peso que representam certos costumes, hábitos, práticas devocionais, costumes religiosos ligados a um certo ambiente histórico e cultural e por muitos confundidos e equiparados ao Evangelho. Cada vez mais eu tenho de me questionar não á quantidade das coisas que faço, mas á qualidade…não interessa rezar dez terços num dia…será que rezei um bem rezado? Não interessa ir a duas missas, se não estive em nenhuma delas com cabeça tronco e membros…

Alguém contava que um dia uma senhora teve uma visão com um anjo de Deus… e ela pedia para Deus a deixar viver até aos cem anos, se Deus a deixasse viver ela iria a todas as missas que pudesse e para puderem contabilizar no céu as missas concordaram que por cada uma fosse colocado num saco uma pedrinha.
Passados uns anos e mal a senhora completou os 100 anos faleceu.
No céu ela começa a dizer: “ Obrigado Senhor porque cumpriste com a Tua Palavra e eu também cumpri com a minha. Durante a vida fui a todas as missas que pude; cheguei a estar em 3 por dia…deves ter aí vários sacos cheios de pedrinhas…”
O Senhor respondeu-lhe: “ Minha Filha Eu tive foi pena de ti…aqui tens o teu saco com cinco pedrinhas apenas…é verdade que foste a muitas missas…mas estar e rezar e celebrá-las como deve ser…podemos contar estas cinco…”

Era bom que nós nos questionássemos até que ponto nos sentimos desprendidos de ideias e preconceitos, tradições e convicções retrógradas…até que ponto queremos de facto receber a boa nova de Jesus para que o pó das sandálias dos discípulos não caia sobre nós…Eu sinto-me livre e desprendido para poder anunciar o evangelho?

sábado, 4 de julho de 2009

Como julgamos os outros???


Para os habitantes de Nazaré Jesus era apenas “o carpinteiro” da terra, que nunca tinha estudado com grandes mestres e que tinha uma família conhecida de todos, que não se distinguia em nada das outras famílias que habitavam na vila; por isso, não estavam dispostos a conceder que esse Jesus – perfeitamente conhecido, julgado e catalogado – lhes trouxesse qualquer coisa de novo e de diferente… Isto deve fazer-nos pensar nos preconceitos com que, por vezes, abordamos os nossos irmãos, os julgamos, os catalogamos e etiquetamos…No nosso dia-a-dia gostamos tanto de falar dos outros, de apontar os erros dos outros, de ver o que os outros fazem de mal, de apontar o dedo, de criticar a maneira como falam e a sua forma de agir… Seremos sempre justos na forma como julgamos os outros? Por vezes, os nossos preconceitos não nos impedirão de acolher o irmão e a riqueza que Ele nos traz? E nós?


Alguém contava que dois Monges ao regressar ao mosteiro passavam por um local em que havia um pequeno riacho com uma corrente muito forte. Uma mulher tentava atravessar o rio mas não conseguia.
Um dos Monges ofereceu-se para ajudá-la, e pondo-a sobre seus ombros, atravessou-a para o outro lado.
Feito sua obra de caridade e já voltando para o mosteiro o companheiro disse:
- Vou contar aos irmãos do mosteiro que tu tocaste numa mulher, e sabes que não podes.
- O que é isso caro amigo, fiz apenas um favor aquela mulher.
- Mas, tu sabes que nós Monges não podemos tocar em mulheres, portanto, tu pecaste!
- Eu pergunto qual é o pecado? Perguntou o Monge acusado.
- Se é o que eu fiz levando-a sobre os ombros, até o outro lado do rio, ou o que tu fazes, eu deixei-a lá atrás e tu ainda a trazes na tua cabeça.


Nós somos mais rápidos em julgar os outros que a nós próprios…para os habitantes de Nazaré Jesus não podia ser grande coisa, conheciam-Lhe a família e devido aos seus preconceitos não pode ali ensinar…
Também nós ás vezes devido aos nossos preconceitos, pensamos saber tudo e fechamo-nos ao velho ensinamento popular: “ Estamos sempre a prender”…

sábado, 27 de junho de 2009

"TALITHA KUM"...


“ A tua fé te salvou” (Evangelho) deve ser para nós uma certeza em todos os momentos de desânimo, na certeza de que acreditamos neste Deus de amor e de paz. O “Talitha Kum” é Jesus que nos pega pela mão a dizer: “ Levanta-te e anda…continua sempre em frente, não desistas…
Alguém contava que um famoso compositor e pianista, estava programado para apresentar-se num grande salão de concertos. Era uma noite inesquecível – smokings e vestidos longos, uma ostentação do alto gabarito. Presente na platéia naquela noite estava uma mãe acompanhada de seu inquieto filho de nove anos. Cansado de esperar, o filho mexia-se constantemente na cadeira. A mãe tinha esperança de que ele se animasse a estudar piano ao ouvir aquele famoso pianista a tocar. Mesmo contra vontade, o menino estava ali. Enquanto ela se virou para conversar com alguns amigos, o menino desistiu de ficar sentado. Afastou-se dela estranhamente atraído pelo enorme piano e pelo macio banco de couro instalados no imenso palco, cujas inúmeras lâmpadas acesas chegavam a ofuscar os olhos. Sem atrair a atenção da requintada plateia, o menino sentou-se no banco, com os olhos arregalados diante das teclas brancas e pretas. Em seguida, colocou seus dedos pequenos e trémulos nas teclas certas e começou a tocar uma música simples. Na plateia fez-se silêncio, e centenas de rostos carrancudos voltaram-se em direcção ao garoto. Logo irritadas, as pessoas começaram a gritar:"Tirem o garoto daí! Quem trouxe esse traquina para aqui?"‘Onde está mãe dele?""Mandem o garoto parar!"
Dos bastidores, o mestre ouviu a gritaria e pôs-se a imaginar o que estaria acontecendo. Apressado, ele pegou na sua casaca e correu para o palco. Sem dizer uma só palavra, curvou-se sobre o garoto, passou os braços ao redor dele e começou a improvisar uma música que se harmonizava com aquela simples musica que o garoto tocava. Enquanto os dois tocavam, o famoso pianista sussurrava ao ouvido do garoto:
- Continua. Não desistas. Continua a tocar... não pares... não desistas.
O mesmo acontece connosco. Diante das coisas simples e por vezes mais complicadas da vida. E, quando estamos prontos para desistir, chega o Mestre, que se curva sobre nós e sussurra:
Continua... Não desistas. Vai em frente... não pares, não desistas, enquanto Ele improvisa a melhor maneira para nos ajudar.

Por isso na vida há sempre alguém ao nosso lado que precisa ouvir da boca de Jesus esta mensagem…e agora é pela nossa boca que o deve escutar…tenhamos a coragem de nos momentos mais difíceis conseguirmos dizer uns aos outros: “Talitha Kum, levanta a cabeça…não desistas”… aí é Jesus que fala aos outros através de nós…
TALITHA KUM…

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Se tiverdes Fé...


Na vida há momentos de prova para a nossa fé semelhantes ao da tormenta no lago, para os discípulos. Quando a tempestade nos açoita sem piedade, quando a Igreja de Cristo é perseguida, quando a dor nos visita insistentemente, como a Job, quando o mal triunfa e os valores como o bem e a virtude obscurecem, quando a pobreza, a des¬graça e a morte aparecem altivamente na nossa vida, quando, numa palavra, nos dói o silêncio de Deus que parece estar a «ti¬rar uma sesta», como Jesus na barca, então, surge a queixa nos nossos lá¬bios: «Senhor, não Te importas que nos afundemos?»
Se o nosso grito é oração, está bem. Mas se é desconfiança na Providência, dúvida e falta de fé, teremos que escutar a correc¬ção de Jesus: «Porque sois tão cobardes? Ainda não tendes fé?»
Ás vezes é muito importante perguntarmo-nos como enfrentamos as dificuldades…com força e coragem ou ás vezes partimos logo como uns derrotados…nem sequer nos esforçamos…

Alguém contava que um País estava em guerra. O general decidiu atacar. Apesar de ter apenas um soldado para cada dez inimigos, o general estava confiante de que venceria.
Quando seguiram para o combate, entraram num santuário para rezar. Logo que saíram, o gene¬ral disse ao seu exército:
— Vou atirar uma moeda ao ar. Se sair cara, ganha¬remos. Se sair croa, perderemos.
Atirou a moeda ao ar e saiu cara. A satisfação foi geral.
Os soldados partiram para o lugar de combate a cantar cânticos de vitória. E encheram-se de uma tal coragem e confiança que ganharam. Terminada a batalha, depois dos inimigos disper¬sarem, o general mostrou aos seus soldados a moeda que tinha lançado ao ar: tinha cara dos dois lados.
A vitória foi possível porque em cada soldado existia uma convicção interior de que a vitória era possível. Se iniciassem a luta com o sentimento negativo da derrota, certamente que perderiam.
O nosso pensamento positivo tem uma grande força. Necessitamos dele todos os dias para vencermos as pequenas e as grande batalhas da vida. Se iniciamos uma actividade já com a con¬vicção da derrota, seremos mesmo derrotados. Se a iniciamos com a audácia de vencer, será mais fácil alcançar a vitória.
Cada vez entendo melhor Mt. 21,20-22: “Em verdade vos digo: Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que Eu fiz a esta figueira, mas, se disserdes a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te ao mar’, assim acontecerá. Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, haveis de recebê-lo”
Como está a minha fé?