domingo, 15 de março de 2009

Devora-me o zelo pela Tua casa...


Os homens do nosso tempo têm de ver no rosto dos cristãos o rosto bondoso e terno de Deus; têm de experimentar, nos gestos de partilha, de solidariedade, de serviço, de perdão dos cristãos, a vida nova de Deus; têm de encontrar, na preocupação dos cristãos com a justiça e com a paz, o anúncio desse mundo novo que Deus quer oferecer a todos os homens.
Por isso somos convidados a respeitar a casa do pai:
“ Devora-me o zelo pela tua casa”.
A casa do pai é casa de oração de encontro e não de negócio.
(O mestre mandou os discípulos rezar. No regresso um disse: “ Mestre enquanto rezávamos vi que estavam connosco Anjos vestidos de branco e escreviam num grande livro. Um escrevia com caneta dourada, outro com caneta prateada, outro com caneta preta, outro até escrevia com água e outro parado com a caneta no ar. O que significa.
O mestre explicou: “ É fácil. O anjo de caneta dourada significa que entre vós estava alguém a rezar muito bem, o de caneta prateada entre vós alguém rezava mais ou menos bem, o de caneta preta significa que alguém só rezava com a boca, o de caneta de água…O discípulo interrompeu o mestre:” Já sei o de caneta de água significava que o irmão António dormia, como costuma…” O mestre concluiu:” O de caneta no ar parado eras tu que em vez de rezar estavas a olhar para os outros.”

E se a mim, qual a caneta que me pertence?

À maneira de Jesus queiramos nós transformar o nosso templo em verdadeira casa do Pai. Onde rezamos e nos encontramos com Ele e com os outros.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Corações ao alto...e pés bem assentes na terra...

Os três discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem não ter muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar. No entanto, ser seguidor de Jesus obriga a “regressar ao mundo” para testemunhar aos homens – mesmo contra a corrente – que a realização autêntica está no dom da vida; obriga a atolarmo-nos no mundo, nos seus problemas e dramas, a fim de dar o nosso contributo para o aparecimento de um mundo mais justo e mais feliz.
A religião não é um ópio que nos adormece…ahh é tudo tão lindo…ou então olhamos a vida de Jesus e o seu sofrimento, a sua flagelação, até O podemos imaginar preso a uma coluna sendo chicoteado, mal tratado, se virmos e pensarmos sobre algumas cenas da vida de Jesus até nos emocionamos, mas ficamos no… Ahhh é tão lindo…”
A religião não é um ópio que nos adormece mas um compromisso com Deus, que se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens…e por isso nos faz ter os pés bem assentes no chão.


Alguém contava que havia uma terra em que as pessoas eram bastante criticas…aliás criticavam por tudo e por nada…
Então o rei decidiu colocar uma pedra enorme no meio da estrada.
Ele escondeu-se e ficou a ver se alguém tiraria a imensa rocha do caminho.
Alguns mercadores e homens muito ricos do reino passaram por ali e simplesmente deram a volta á pedra.
Alguns até esbracejaram contra o rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas mas nenhum deles tentou sequer tirar a pedra dali.
De repente, passa um camponês com uma carga de vegetais. Ao aproximar-se da rocha, ele pôs de lado a sua carga e tentou remover a rocha dali.
Após muita força e suor, finalmente conseguiu mover a pedra para o lado da estrada.
Voltou a pegar na sua carga de vegetais mas notou que havia uma bolsa no local onde estava a pedra.
A bolsa continha moedas de ouro e uma nota escrita pelo rei que dizia: “ Esta bolsa pertence a quem removeu esta pedra do caminho”.
O camponês aprendeu o que muitos de nós nunca entendeu:
"Todo obstáculo tem uma oportunidade para melhorarmos nossa condição".

Corações ao Alto; o nosso coração está em Deus mas os nossos pés devem estar bem assentes na terra…

domingo, 1 de março de 2009

" Arrependei-vos..."


O grande desafio que nos é lançado no início de Quaresma é que tenhamos consciência e certeza de que a conversão tem de acontecer primeiro a nível pessoal. Eu não posso pensar na paz do mundo, se não pensar na minha paz; eu não posso pensar no bem- estar dos outros se eu não estiver bem…mas também não posso ficar á espera que sejam os outros a mudarem a maneira de pensar e de agir. Não podemos ficar à espera que os outros se convertam. Primeiro, devemos converter-nos nós.
Se não continuamos a ser como a velhinha…

Alguém contava que numa cidade vivia uma mulher que morava sozinha, e tinha como vizinhos um casal de idosos. Esta mulher lavava as roupas, e colocava-as no seu estendal e a senhora idosa, lá de dentro da casa dela, olhava as roupas no estendal, e dizia ao marido:- Olha velho, como aquela vizinha é desmazelada...as roupas dela... ela lava-as e ficam todas sujas!!E o velho sentado na sua cadeira de baloiçar, ficava quieto e não fazia comentários sobre aquilo. Então a vizinha tornou a lavar as roupas e coloca-las no estendal, e a velha sentada na cadeira de dentro da casa dela, comentou novamente com o velho, olha velho aquela vizinha é muito porca, ela lava as roupas e ficam todas sujas, como é que pode ser assim? E o velho sempre a ler o seu jornal, preferia não comentar. Então, um dia, o velho indignado com a esposa, levantou-se mais cedo. A velha nem perguntou o porque. Então a vizinha lavou todas as roupas brancas, e deixou-as limpas, como nunca, e a velha sentada em sua cadeira a fazer tricô, e o velho a ler o jornal. A velha comentou, olha velho, parece que a vizinha fez algum curso para aprender a lavar as roupas, ou então alguém lavou as roupas dela, as roupas estão branquinhas. O velho levantou-se, colocou o jornal na sua cadeira e disse para a velha: Não foi a vizinha que fez o curso, e ninguém lavou as roupas dela, hoje quando me levantei mais cedo, lavei as janelas aqui de casa.



A conversão começa em mim: “ Arrependei-vos…”